31 de janeiro de 2009

Escola da samba da gema

Se eu procurar uma metáfora para a Grande Rio, talvez encontre na esposa do "The Brain", personagem do Woody Allen em "Trapaceiros", como o melhor exemplo. Quem não viu esse filme, vale conferir, pois é ótimo.

Se tem pouca história, nenhuma vitória e tempo insuficiente para ter velha guarda, o que essa escola de samba faz para atrair torcedores? Coloca Suzana Vieira, Miguel Falabella, Deborah Secco e Paola Oliveira como a sua ala mais representativa.

Tudo bem que as escolas de samba atraiam globais para atrair a mídia. Mas o que a Grande Rio faz é sacanagem. Ser chamada de "A Escola dos Artistas" é o fim do mundo. Se elas querem chamar a atenção, ok. A própria Vila Isabel, que não costumava ter muita gente fora do contexto, vem chamando a ex-miss Natália. Mas ter e alimentar uma coleção de paraquedistas é outra coisa.

Imagino como deve ser imensa a identificação desses artistas com o local onde fica a escola. Aliás, eles não devem sair de lá. Ipanema? Leblon? Gávea? Que nada! Bom mesmo é sair do seu apê a 5 minutos da praia e do Parque Lage para passar o domingo comendo mocotó em Duque de Caxias...

Detalhe da foto: Ângela Bismarchi, símbolo do carnaval moderno, quer ser a cara da Grande Rio - e a bunda também. No momento, ela aguarda ansiosa por um convite da escola, pois quer mostrar a todos o amor sincero que sente pelo carnaval.

27 de janeiro de 2009

A bomba tricolor


Que Fred que nada.

A verdadeira bomba tricolor já foi anunciada há algum tempo, e ainda pagaram 200 mil reais por ela: Jaílton...

Detalhe da foto: como é fácil ver, Jaílton puxa o treino e o time inteiro. Pra trás, mas puxa.

22 de janeiro de 2009

O Alex Escobar do jornalismo internacional

A posse do Obama seria uma grande chance de alguém falar algo diferente no noticiário. Mas não rolou.

Até aí, nada de mais. Mas é preciso ressaltar o atual campeão de obviedades do jornalismo internacional, e ditas com a maior pose de genialidade: Merval Pereira.

É impressionante. Eu fico olhando e ouvindo atento, e nada vai além das generalidades que podem ser ditas num bar, depois do trabalho. Nem um dadozinho diferente vindo de uma pesquisa, livro ou relatório, como faz o Caio Blinder. É o nada com pose de tudo.

Definitivamente, virou o Alex Escobar do jornalismo internacional.

Detalhe da foto: além das fronteiras do espaço, há o vazio infinito. Ou, quem sabe, em alguma redação terrestre...

20 de janeiro de 2009

Coitada da Sandra

Os homens que assistem ou não ao Big Broter sempre torceram para as gostosas ficarem mais tempo no programa. Isso é fato, e só será negado para evitar chateações com as patroas ou para fazer o filme com as mulheres que eles querem pegar.

Pois eu passei a ver essa torcida de forma diferente, após lembrar das últimas playboys com as ex-BBBs - é claro, tirando a daquela vagaranha de Nova Iguaçu.

Eu percebi que quanto mais elas ficam na competição, pior será o ensaio masculino. A exposição aumenta, o cachê se valoriza e elas se tornam metidas, difíceis, impondo condições para que as fotos fiquem o mais artísticas possíveis. Vide a edição com aquela loira que o tal do Alemão se enroscou. Ou mesmo a da Grazi. Dois lixos.

Por isso, vendo ou não aquela aberração de programa, a torcida masculina deve se focar para que as mais gostosas sejam eliminadas o quanto antes. No desespero, querendo tirar o máximo do mínimo, elas toparão ensaios ousados da Playboy ou da Sexy. Seis meses depois estarão na Premium. Finalmente, dois, três anos após, algumas certamente não resistirão às investidas da Brasileirinhas.

E o que o título dessa postagem tem a ver com isso? É que muitas vezes eu conto essas coisas para a Sandra antes de escrever. Como disse a Tetê - criando sem querer um ótimo bordão - coitada da Sandra...

19 de janeiro de 2009

O sonho de ___ era ser ___ - parte 24

O sonho do Marcelo D2 era ser o Bezerra da Silva.

O sonho do Chico César era ser o Gilberto Gil.

O sonho do Barão Vermelho era ser os Rolling Stones.

O sonho do Cazuza era ser o Mick Jagger.

O sonho do Frejat era ser o Keith Richards.

O sonho da Kelly Key era ser a Britney Spears.

Comeras o teu pão com o suor do teu rosto

Festa de 2 anos da Larinha, filha do meu primo Rodolfo. Ou poderia ser Rodolfinha, de tão clone do pai. Depois dos parabéns, os homens presentes fizeram o que se pode fazer numa ocasião dessas, quando se está com suas companheiras bem a lado: beber e filosofar sobre os fatos do mundo. Porque falar de mulher - do jeito que se gostaria - torna-se impraticável.

Numa dessas conversas, em especial com o recém-conhecido Éverton, cheguei à uma conclusão muito da óbvia: a origem de toda essa crise econômica vem basicamente de três fatores: ganância, irresponsabilidade e vagabundagem.

Ganância de quem quer acumular o máximo a qualquer custo, mesmo que foda a vida de bilhões de pessoas.

Irresponsabilidade dos governantes que deixaram isso acontecer, porque há pessoas capazes de ver que essa bomba estouraria em algum momento.

Vagabundagem, porque mais uma vez prevaleceu o desejo de ganhar dinheiro fazendo nada ou muito pouco. Típico de uma geração de filhos de milionários que não fizeram esforço algum para ter conforto na vida. Aí, crescem sem aprender o que é isso.

A partir do que deduzi, a vagabundagem é a ponta de tudo, e é o fator que deve ser mais combatido. Por isso, a expressão bíblica citada acima deveria ser vista não como uma sentença de castigo. E sim como uma diretriz filosófica benéfica para tudo e todos, porque sem trabalho não se cresce e nem se amadurece, em todos os sentidos possíveis.

Detalhe da foto: mulheres maravilhosas, dinheiro a rodo, acordar a hora que quiser, e tudo isso sem precisar trabalhar. Pensando bem, como se convence alguém de que isso não é bom pra caralho?

O sonho de __ era ser ___ - parte 24 - Brega

O sonho do Reginaldo Rossi era ser o Waldick Soriano.

O sonho do Agnaldo Timóteo era ser o Cauby Peixoto.

O sonho do Daniel era ser o Fábio Júnior.

O sonho do Fábio Júnior era ser o Roberto Carlos.

O sonho do Roberto Carlos era ser o Julio Iglesias.

Marketing no futebol

Não há dúvidas. Com a chegada de Zé Roberto num time que já tem figuras como Bruno, Juan, Toró, Obina e cia, o Flamengo se capacita a conquistar novos patrocinadores. Como, por exemplo, a Skol. Ou, quem sabe, a Centaurus.

Pena que Diego Tardelli saiu. Com ele, seria mais fácil ainda conseguir.

Detalhe da foto: pensando bem, com o potencial desse elenco o Flamengo pode muito bem conseguir o patrocínio dos dois ao mesmo tempo...

17 de janeiro de 2009

Ensaios fechados

Vou falar de uma coisa absolutamente sem sentido, pelo menos para mim: os ensaios dos blocos da zona Sul do Rio.

Eles acontecem no Teatro Odisséia, na Fundição, no Circo, no Horto, no cacete a quatro, e estão cada vez mais caros. Mas pensando com um mínimo de cuidado, eles estão ensaiando o quê? A rigor, nada. Bloco de Zona Sul, normalmente é uma bateria razoavelmente ensaiada que tem 0% de preto, e se junta pra sair em um dia ou dois e pronto. Vai de um lugar pra outro e quem quiser que venha atrás. E acabou. É bom pra caceta, mas é isso.

Pela quantidade de "ensaios", o dinheiro arrecadado daria pra fazer um desfile muito bem produzido, sem necessidade de cobrar pelas camisas. Quem sabe um carrinho alegórico, feito pelo Joãozinho Trinta...

Também acontece uma lógica parecida com as ditas presenças nos lugares da noite das bateria de escola de samba. Pode-se considerar que meia dúzia de 10, 12, 15 integrantes formam uma? Só se for pra quem passou seus carnavais em Porto Seguro e Búzios e de repente virou carioca da gema. São os que acham que qualquer negão de cabelo grisalho é um bamba do samba em potencial...

Detalhe de foto: com o crescimento e profissionalização dos blocos, Ângela Bismarck medita e procura se decidir em quais vai sair nesse ano.

Bloco do Eu Sozinho

Eu gosto muito dos blocos do Rio, embora estejam lotados demais. Sempre que posso, acompanho. Barbas, Boitatá, enfim.

A merda é que a maioria dos organizadores, com esse crescimento e prestígio, passaram a se achar os únicos donos das ruas. Sabem que vão engarrafar monstruosamente a cidade e não estão nem aí. Não procuram trajetos ou locais alternativos, e nem querem. Junto a isso, as prefeituras são omissas, com medo da reação da classe mérdia inconsequente.

Já peguei engarrafamento digno de literatura fantástica por causa de bloco. Em um deles, se precisasse passar uma ambulância, ficaria por ali e o cardíaco em questão se escafedeceria. Mesmo assim, não deu merda nenhuma. Se fosse bloco de pobre, cassariam a autorização para todos os carnavais seguintes.

Nesse ponto, o Boitatá está de parabéns, porque sair no Paço foi um achado. O que se perdeu, de modo geral, foi a noção de que carnaval é a festa de todos. E não apenas das diretorias dos blocos.

16 de janeiro de 2009

O sonho de __ era ser __ - parte 23

O sonho do Marillion era ser o Genesis.

O sonho do Fish era ser o Peter Gabriel.

O sonho do Dream Theater era ser o Rush.

O sonho do Black Crowes era ser o Led Zeppelin.

O sonho do Arrigo Barnabé era ser o Frank Zappa.


Valeu mesmo, Renato! Os outros saem no próximo.

15 de janeiro de 2009

Saramandaia

Sandra, pra variar, achou um absurdo. Melhor: uma grosseria mesmo.

Esses dias, assim que eu soube do casal formado na novela das oito - com a Déborah Secco e um cara que não sei o nome - eu disse que estava sendo criada uma fantasia digna de Saramandaia.

Ou é possível acreditar que ex-viado e ex-puta existam?

Peteca vira espanador

O único esporte genuinamente nacional é a peteca. Os primeiros registros foram feitos pelos navegadores portugueses, que viam índios brincando com elas. Na época, eram feitas de penas de papagaios e araras, com bolsas de folha de bananeira recheadas por pedrinhas e areia.

Pois de um bom tempo pra cá, estão fazendo o samba - que ilustro como peteca - virar espanador. Quando ouço um cantor de rap - que pra mim não são cantores - gravando o gênero, fica a certeza de que o estão piorando ou mesmo afundando.

Não é purismo. É que fica ruim mesmo. Perde-se melodia, delicadeza e poesia. Deixa-se de lado tudo que os grandes compositores do samba já fizeram, incluindo nas canções de temática social. Em nome da modernice, tão fazendo de tudo. E devem fazer, mas com um mínimo de critério. De preferência, não com o da Fernanda Abreu.

Espanador pode vender muito mais. Mas peteca é muito mais legal.

13 de janeiro de 2009

O sonho de ___ era ser ___ - parte 22 - Lapa

O sonho do Seu Jorge era ser o Jorge Benjor.

O sonho da Teresa Cristina era ser o Paulinho da Viola.

O sonho do vocalista do Cordel do Fogo Encantado era ser o Alceu Valença.

O sonho do Moysés Marques era ser o Roberto Ribeiro.

O sonho do Toque de Arte era ser Os Copacabanas.

O sonho da Orquestra Imperial era ser a Eletric Light Orquestra. Um dia eles acordam e passam a sonhar em ser a Orquestra Tabajara.

12 de janeiro de 2009

O sonho de __ era ser __ - parte 21

O sonho da Suzana Vieira era ser a Vera Fisher.

O sonho da Patrícia Poeta era ser a Valéria Monteiro.

O sonho da Isabela Taviani era ser a Ana Carolina.

O sonho da Ana Carolina era ser a Ângela Rô Rô.

O sonho do Vasco era ser o River Plate.


Obrigado, Tetê. Contribua sempre que quiser.

9 de janeiro de 2009

Rio 50 graus

A Embratur entrou com uma ação para tirar de circulação o guia “Rio for Parties”. Eles dizem que a publicação estimula o turismo sexual e "expõe o povo brasileiro à situação vexatória".

Sobre as acusações, peço que leia o que saiu no site globo.com, onde vi essa notícia:

“Rio for parties” descreve os quatro tipos de cariocas: a “Britneys Spears” é “linda” e “filhinha de papai”, “normalmente são metidas. Esqueça elas”, recomenda o guia.
As “hippie/raver” são “mais divertidas, fáceis de se chegar, boas de papo, difícil de beijar, fácil de beber e se divertir com elas”.
“As com mais de 30 anos” gostam “de se divertir, dançar, beber e beijar. Trate ela com uma dama e elas o tratarão como um rei, talvez não esta noite, mas amanhã com certeza”.
As “popozudas” são “máquinas de sexo. Elas malham, vestem calças apertadas que entra no bumbum, pintam o cabelo de louro e fazem de tudo para ficarem lindas. Bom investimento, já que o motel é sempre uma possibilidade com estas gatas...se você também é sarado”.


Só aqui entre a gente, sem entrar em julgamento algum: a realidade é muito diferente disso?

8 de janeiro de 2009

Genialidade vem e passa

No futebol, um jogador nunca deixa de ser genial. Ele apenas perde condições físicas para pôr isso em prática de forma profissional. Zico demonstra isso a todos em rede nacional, na sua pelada de final de ano que passa na tevê.

Mas em muitos músicos, fica a impressão de que a genialidade aparece em um período da vida, geralmente quando os compositores são mais novos, e não volta mais. É algo que acontece sob determinadas condições, que se perde com o desgaste do tempo e a acomodação. Nesses últimos dias, estive ouvindo os primeiros CDs do Jorge Ben, do Martinho da Vila, dos Novos Baianos e do Led Zeppelin. Geniais. A diferença dessa época - final dos anos 60 e início dos 70 - para o que eles fazem hoje, incluindo as carreiras solo, é absurdamente grande, e pra baixo. Alguns caíram mesmo na ruindade ou na previsibilidade.

Por isso, cheguei à conclusão de que, em música, genialidade é como vontade de mulher gostosa. Dá e passa. Tem que aproveitar enquanto acontece, senão já era. Imagine a situação: um dia, a Druuna (pra quem não conhece, personagem de quadrinhos da imagem acima), por mágica aparece em carne e osso e resolve te dar mole, num ataque de loucura. E você não aproveita...

7 de janeiro de 2009

Playboy da Lapa

Ed Motta é uma figura lamentável. Diz que não se sente brasileiro, que deveria ter nascido na França, e chama de cafona quem gosta de futebol, feijoada e samba, certamente por achar que todos deveriam ouvir jazz trancados em casa, de preferência lendo "A Idade da Razão" e bebendo vinho de alguma vinícula desconhecida, mas muito boa. Só que, em mais uma entrevista extremamente babaca - a mais recente - ele soltou uma ótima: o playboy da Lapa.

Com roupas aparentemente largadas e barba sem corte, eles fazem a nova tribo moderninha, que posa de anti-consumista só porque faz download das músicas em vez de comprar CDs. Essa é a turma que acha que Seu Jorge é o sucessor do Jorge Benjor, que o Marcelo Camelo pode ser um neo-Chico Buarque, mas menos preso à tradição da música nacional. Ou que acredita no figurino pós-Caetano de Zeca Baleiro.

E, acima de tudo, provavelmente vai falsificar uma carteira de estudante quando se formar, para assistir aos shows de todos eles pagando a mesma quantia de quando não trabalhava. Aí, quem não faz isso paga por eles.

Parece ranzizice, mas é pior do que isso. É ter de dar razão ao tal do Ed Motta.

Detalhe da foto: quando ia terminando a postagem, me lembrei dos malas-mór do universinho lapal: Cordel do Fogo Encantado. Credincruz.

6 de janeiro de 2009

Melhor que Romário

Pode parecer absurdo, mas quem viu Reinaldo jogar sabe que não é. Ele tinha o mesmo faro de gol, mas possuía ainda mais recursos. Não era tão veloz, mas fazia o que queria com a bola, especialmente em espaços curtíssimos. Até contundido marcava gols, e foram dois na decisão do Brasileiro de 80, contra o Flamengo de Zico, Leandro, Júnior e cia.

É, até hoje, o maior artilheiro dessa competição, porque o que importa é a média de gols por partida. E a dele, em 1977, foi de 1,55. Um absurdo: foram 28 gols em 17 jogos. Ninguém chegou perto, e acho que nem vai chegar. Pena que quebraram o cara tão cedo.

Tenho comigo que, se ele estivesse bem para a Copa de 82, o Brasil teria sido campeão. A Itália faria os mesmos três gols, mas ele meteria mais dois e tudo ficava resolvido. E como o campeão sempre ditava as tendências, essa caricatura que a molecada de hoje pensa que é futebol seria varrida da face da Terra, para dar lugar ao talento e a inteligência. Que, definitivamente, sobravam nesse cracaço de bola.

5 de janeiro de 2009

O elenco ideal

A minha bronca com as mesas redondas de futebol em geral é pelos jornalistas esportivos fazerem a mesma pose que os analistas econômicos ou políticos fazem. E isso pra falar as coisas mais óbvias ou as maiores merdas do mundo. Tudo fica muito chato.

Por isso, a minha mesa dos sonhos teria como comentaristas fixos Gérson, Vampeta, Romário e Roque Citadini. E Gilson Ricardo pra mediar. Aí sim ficaria legal.

Sorte

Desejo toda sorte aos moradores do município do Rio. Vão ser quatro anos fodas de aturar.

O dia em que a Terra parou

Com a estréia de "O dia em que a Terra parou", uns e outros vão falar do filme original, feito em 1951. Eu vi há muitos anos, e digo que vale a pena vê-lo, por ter uma história muito boa, ainda mais se considerarmos o contexto da época.

Nos filmes de ficção científica pós-guerra, os ETs eram sempre ameaçadores, reforçando o clima maquiavélico EUA-bonzinhos e URSS-mauzões. Mas nessa fita, os vilões são todos os governantes. O extraterrestre chega comm a missão de dar um pito na humanindade como um todo, alertando para o mau uso da tecnologia nuclear, que no futuro poderá inclusive destruir outros planetas.

Não tem efeitos especiais fodas nem explosões impressionantes. Mas tem um enredo consistente, bem conduzido e original, coisa rara no cinema atual.

3 de janeiro de 2009

Troféu Mau Educado

Se puder e tiver como, procure dar uma lida no artigo do Ali Kamel no O Globo de 1º de janeiro. Nem tanto por ele, mas pelo assunto muito oportuno.

Nele, é descrito como funciona o sistema educacional britânico, que adota a aprovação continuada, bem diferente da automática, feita do município do Rio. Ali, você se convence que estava totalmente certo quando reclamava de ter que aprender matérias que detestava, especialmente no segundo grau. Na prática, pra que serve estudar matemática para um aluno que vai ser claramente um advogado, psicólogo ou jornalista? Pra mim, serviu pra porra nenhuma. Uso as quatro operações, regra de três e olhe lá. Calculadora taí é pra isso.

E mais: a repetência, que muitas vezes acontece por motivos ridículos - não é o fim do mundo um futuro analista de sistemas tirar menos que 6 em literatura e biologia, acaba atravancando a vida das pessoas inutilmente. Pior ainda: os mais pobres deixam de ter um diploma que poderia abrir mais portas, condenando-os à marginalidade econômica, pois não tem $$$ para ficar repetindo. Precisam botar algum dentro de casa já na adolescência.

Eu quase caí nessa de achar que era preciso voltar ao sistema antigo. Simplesmente porque não conhecia esse, que evidentemente conta com o apoio de um Estado que investe em educação e uma participação maior das escolas e dos pais. Ou seja: pra variar, não é nada disso que estava ou vai estar aí. É totalmente diferente, como tudo que precisa ser nesse cocozildo de país.

Detalhe da foto: o Brasil deveria ganhar o troféu de país com A Educação Mais Merda do Mundo. E o título da postagem é mau com "U" mesmo, porque mal educado, o nosso país já é o mais de todos há muito tempo.

2 de janeiro de 2009

Lições de Pelé

Muitos dizem que o Ômi foi exemplo de atleta, mas nunca de pessoa. Mas será que isso é pouco? Do que ele fazia, dá pra tirar lições que servem perfeitamente para o nosso cotidiano.

Mesmo quem não gosta de futebol deveria ver os filmes que fizeram sobre ele. Neles, vê-se que Pelé passava por 3, 4, 5 jogadores pelo caminho mais curto e rápido, sem desperdício de movimentos.

Seus chutes, muitos eram pouco espetaculosos, pois iam baixo, rente ao gramado, mas sempre no cantinho, sem dar chance pra goleiro fazer pose de homem-elástico. E o negão, ao contrário do que se possa imaginar, não era individualista. Cansou de colocar os colegas na cara do gol. Nem batedor de pênaltis do Santos era, por entender que Carlos Alberto era melhor. Se fosse vaidoso, poderia forçar uma barra para fazer ainda mais gols, mas dava preferência ao coletivo.

E pra completar, dois dos seus maiores diferenciais, segundo o próprio, são itens que independem de ter ou não controle de bola: cuidado com o físico e atenção extrema. Pelé já disse que ganhou muita jogada na corrida porque estava sempre bem, e também porque ficava atento o jogo inteiro. Afinal, partidas são apenas duas por semana. Então, se estava ali, não deperdiçaria o momento. Por isso, já sabia o que fazer antes mesmo de participar efetivamente do lance.

Enfim, Pelé dava espetáculo justamente por não complicar. Fazia jogadas geniais porque tornava tudo mais simples. E isso economiza muito. Principalmente preocupações desnecessárias com bobagens do dia-a-dia.

Detalhe da foto: com ele, não tinha frescura nem papagaiada. Era tudo preto na branca.