27 de dezembro de 2011

Ninguém faz melhor - 3

Ninguém faz Adam Sandler melhor que Adam Sandler.

Ninguém faz Ben Stiller melhor que Ben Stiller.

Ninguém faz Michael Keaton melhor que Michael Keaton.

Ninguém faz Vince Vaughan melhor que Vince Vaughan.

Ninguém faz Jack Black melhor que Jack Black.

26 de dezembro de 2011

Brasil em festa

Rejubilem-se! Regogizem-se! Orgasmem-se! O país está em festa!!!

Mas só pra lembrar: depois de divulgado que o Caramuru Atômico ultrapassou a Grã-Bretanha em PIB, só falta ultrapassar nos seguintes itens:

- Distribuição de riqueza
- Reforma agrária 
- Sistema de habitação 
- Planejamento das áreas urbanas 
- Combate e punição à corrupção
- Sistema de transporte coletivo
- Planejamento da economia
- Sistema de educação
- Sistema de saúde
- Sistema de transporte de cargas
- Controle de monopólios e oligopólios
- Sistema de impostos
- Fiscalização de concessionárias
- Amplitude, agilidade e qualidade do Judiciário
- Combate à corrupção no Judiciário
- Sistema eleitoral
- Saneamento
- Combate ao desmatamento
- Qualificação das polícias
- Mentalidade da elite e classe média
- Serviços de telefonia e internet
- Competitividade de preços
- Investimento em pesquisa e tecnologia
- Entre outros 

Enquanto isso, meu povo, a gente encomenda um bolo e vai comemorando...

23 de dezembro de 2011

Visual de Natal

Bem mais novo, assisti a uma chatíssima palestra sobre o porquê de Jesus ter olhos claros e cabelos sedosos nas imagens. O argumento central, para representar a beleza do que ele fez. Nada mais politicamente incorreto nos dias atuais.

Porém, há algum tempo, um estudo apresentou uma ilustração do que seria o Jesus real: um sujeito moreno com cabelos crespos, barba, feinho de dar dó. Praticamente um figurante de filme de Indiana Jones. Nada mais politicamente correto nos dias atuais.

Se Jesus era tão irresistível quanto o Zé Bonitinho, isso não faz diferença. Porque a sua mensagem não tem rosto. Não é representada por Papai Noel, não tem embalagem de presente, cor ou visual. Não é fashion nem funk e muito menos os dois, porque acabaria sendo Regina Cazé. A mensagem de Jesus aparece sob outras formas. Inclusive no abraço, no carinho, no afago verdadeiro que você der na noite de 24 de dezembro.

A você, um feliz Natal.

6 de dezembro de 2011

Palavras onde faltam ideias - 7

Música competente - eufemismo usado em textos de críticos de música que não têm argumentos consistentes para poder elogiar. Por isso, há tantos músicos de pop, rap, nova MPB e eletrotechnorockalgumamerda chamados de competentes. Ou alguém teria coragem de chamar Tom Jobim e Chico Buarque de competentes? 

Foco no cliente - uma das maiores cretinices da verborragia pós-moderna, pois a pior das biroscas não sobrevive sem cliente, mesmo que seja um mendigo que gaste uma nota de três reais por semana. O que há é uma consciência maior ou menor de que é preciso agradar. Talvez, na Zona Sul do Rio, essa expressão sobreviva com tanta força graças ao Bar Lagoa, que tem fama de atender mal os clientes. E, pasmem, tem otário que continua indo. 

Trabalhar por resultados - tirando a maioria das repartições públicas ou empresas que existem para lavar dinheiro, qual é a atividade que não busca resultados? Ela pode alcançá-los com maior, menor ou nenhum sucesso. Ou seja, é mais um eufemismo para alguém dizer que está fazendo alguma coisa de útil no trabalho. Ou enrolar brilhantemente... 

Comunidade - vou fazer uma previsível referência pseudointelectualóide: favela, favela, favela, favela, favela, 5x favela. Essa pataquada surgiu com Leci Brandão nas transmissões de carnaval. Aí, a elite brasileira, filha dileta do Sinhô Leôncio, adorou. Afinal, o que pode ser mais conveniente do que o pobrinho continuar a ser pobrinho e ainda ter um nome bonitinho? 

Brunch - no Brasil, virou um lanche metido a besta. Pode ser chique ou pseudochique. Ou seja, ter sanduíche a metro ou não. 

2 de dezembro de 2011

É hoje o dia

Hoje é dia de um monte de gente dizer que é sambista. E pior, de raiz. Como se existisse rock de raiz, mambo de raiz, valsa de raiz e por aí vai.

Hoje é dia de todo mundo se gabar de fazer uma coisa trivial, particular, que qualquer um pode fazer: ouvir música.

Hoje é dia de você não poder criticar qualquer samba ou sambista, porque senão você se passa por herege.

Hoje é dia de você não dizer que o samba é como os outros tipos de música: tem mais compositor ruim do que bom. Muito mais.

Hoje é dia dos alternativos que não largam o osso reforçarem suas atitudes via música.

Hoje é dia da tia Nonoca ser chamada de gênio da humanidade porque frita pastel numa reunião de escola de samba.

Hoje é dia do Seu Dotô querer que todos o reverenciem, por fazer duas ou três músicas ou absolutamente nada.

Hoje é dia de falar bem de lugares insalubres, desasistidos pelo Estado, que nem cachorro deveria morar: as favelas.

Hoje é dia de um monte de pélassaco que não fala mais favela, mas comunidade.

Hoje é dia de lembrar que Dona Zica, mulher do Cartola, tinha o maior prestígio na mídia porque... porque... porque era mulher do Cartola.

Hoje é o Dia do Samba.

Paulo Silvino de Rua

Basta ver os segundos cadernos ou as revistas dirigidas à classe mérdia para constatarmos que o mundo está cada vez mais fresco e babaquara. A partir das égides "Qualidade de Vida" e "Eu tenho minha individualidade", todos se comportam como madames afetadas, tornando-se egoístas e chiliquentos, e alguns até dependendo de consultores de bem-estar, rata-power-super-yogas ou qualquer coisa nesse naipe. Pelo menos, nas décadas anteriores, diante das dificuldades inerentes da vida essas criaturas apenas desmaiavam pedindo os seus sais. Ou tomavam um corredor polonês de seus amigos.

Pois para combater isso, fica uma sugestão: a implantação de Paulos Silvinos de Rua. Esse instrumento corretivo de comportamento seria uma medida altamente educativa, que traria novos parâmetros à nossa sociedade. Ou melhor, a sacolejaria de tal forma que abriria uma nova perspectiva de vida, colocando-a finalmente nos eixos.

Explico como funcionaria. Em diversos pontos das cidades, seriam instalados bonecos do Paulo Silvino em tamanho natural. Neles, haveria chips detectores de frescura ou mimadice. Ao serem acionados, surgiria uma gravação com alguns de seus bordões mais famosos. Quer um exemplo? Uma mulher com filho, que ao contrário de 99,99% do país tem dinheiro, casa boa, babá e empregada, está ao lado do nosso valoroso boneco. De repente, ela comenta com uma amiga que não aguenta mais essa mega-super-pesada-atarefada vida de mãe. Mesmo com dinheiro, casa boa, babá e empregada. Nesse exato momento, o Paulo Silvino de Rua, com a mesma expressão da tevê, dispararia: "Gueeeeeenta..."

Ou imagine um empresário bem-sucedido, com bastante bufunfa no banco e uma mulher muito gostosa em casa. Na rua, ele reclama com um amigo que, por conta do trabalho, nem tem mais tempo de treinar com seu personal. Que leva uma vida terrível e, pior, está vendo nascer uma barriguinha. Imediatamente o nosso glorioso boneco dispararia: "Isso é uma tremenda bichooooooooooona..."

É isso. Fica a ideia para apreciação. Porque é para essas coisas que existe a internéti: ser um infindável e consistente espaço para novos pensamentos, que efetivamente propiciem o melhor desenvolvimento do ser humano...