13 de fevereiro de 2014

Considerações sobre as olimpíadas de inverno - 2014

Poucas coisas são mais constrangedoras do que o entusiasmo de um narrador de curling.

Corrida de esqui é igual a um bando de pinguins fugindo desesperados.

Quem não é míope tem a chance de experimentar a sensação: basta assistir a hóquei no gelo. Nem o Homem de Seis Milhões de Dólares consegue ver a pastilha durante um jogo.

Pra ser mais prático, todas as provas de patinação artística masculina poderiam ter apenas três músicas: I Will Survive, It´s Rainning Man e Dancing Queen.

Aliás,  patinação artística é tão gazela que nem se escreve "masculino".

11 de fevereiro de 2014

Eu sou burguês, mas eu sou artista - 2014 - 2

Nesse carnaval, o Rio tem um grande desafio à frente. Algo que nunca pôde ser consertado ou contornado, persistindo há anos, desafiando a todos impunemente.

Não é o bando que faz xixi por aí, ainda grande apesar das campanhas e do preço da cerveja, que fez a Belco ter custo de Baden Baden.

Não é a qualidade dos banheiros químicos, mais escassos que preto e mulher feia no Spanta Neném.

Nem é a proliferação de bambas do samba nas reportagens de tevê e jornal, mais abundantes que bunda em transmissão de baile pela Rede TV.

O desafio, veja só, é existir um folião sequer - em todo o Rio - que saiba cantar algo além do refrão de "Eu Quero É Botar Meu Bloco na Rua", quando é tocada nos blocos.

Pode reparar. Mesmo sendo hit dos blocos zonasulzenses e santateresenses, nesse entreato ocorre um silêncio que só não faz os blocos virarem procissão porque a banda continua ou o Dijêi não larga o dedo...

Eu sou burguês, mas eu sou sambista - 2014 - 1

Nesses tempos de rolezinho e pobre como protagonista de novela, não tem nada a ver achincalhar o Spanta Pobre, ops, Spanta Neném.

Afinal, este bloco também é genuíno. Tão genuíno, que adotou o branco até mais do que os filhos de santo que superlotam as escolas de samba. Tanto que só tem branco por baixo das roupas.  E o preto... Bem, esse foi deixado para alguma eventual fantasia de Batman dos marombas ou de policial sexy das garotas. E assim mesmo, sem nenhuma poder dizer a outra "mexa esse traseiro gordo", porque na Body Tech não tem disso.

Mas há quem não enxergue a verdadeira democracia que é o carnaval e continue implicando com esse bloco. Quem sabe, pra contradizer isso tudo, não apareça até mesmo um isoporzinho no Spanta Pobre, ops, Nenén? Vai que a Farm, essa brand antenada com as tendências, não lança um isoporzinho cool mega fashion e sustentável, feito de fibra de cipó amazonense, com uma linda capa baseada no conceito visual Alice no País das Maravilhas que É o Brasil? Se rolar, vai ser o mais curtido no fêice...

Por isso, para encerrar qualquer suspeita de segregação às avessas, fica até uma sugestão de marchinha só para ele. Uma adaptação feita para festejar os ritmos e melodias essencialmente brasileiras ouvidas o ano todo por seus integrantes, que vão de Dêivid Guêta à Ríana:

Se você pensa que champanhe é água
Champanhe não é água não
Água só na garrafinha
Evian ou pra natação.

Pode me sobrar tudo na vida
Ibiza, gatas, carrão
O meu pai tem muito dinheiro
E tudo mais que eu tenho à mão

Posso ser um pegadoooor
E que ninguém reclame
Só quero que não me falte
O brinde do meu champanhe...