30 de novembro de 2008

O sonho de __ era ser __ parte 19

O sonho do Domingos de Oliveira era ser o Woody Allen.

O sonho do José Wilker era ser o Rubens Ewald Filho.

O sonho da Luana Piovani era ser a Leila Diniz.

O sonho da Maitê Proença e da Márcia Tiburi era ser a Simone de Beauvoir.

O sonho do Jamiroquai era ser o Steve Wonder.

27 de novembro de 2008

Os responsáveis

Mais uma sobre futebol. Na época de faculdade, entre uma aula e outra que matávamos, uma vez eu e Igor ficamos formando o time dos jogadores irresponsáveis. Romário, Edmundo, Djalminha, Marcelinho, Válber, Renato Gaúcho, Ronaldo do Corínthians, entre outros loucos que fomos lembrando.

E hoje? Como essa lista seria formada? Seria mais fácil pegar logo todo o álbum de figurinha do Brasileirão. Porque jogador de futebol virou sinônimo de marginal, alcoólatra, drogado, arruaceiro e cafajeste. Se minha irmã parasse com um desses, seria a desgraça total da família. Ou você pensaria diferente?

Atualmente, se eu tentasse formar um time dos responsáveis, talvez conseguisse. Mas seria pra jogar futebol de salão.

Cegos, surdos e, por que não?, mudos

Em 2006, o Milan quase foi rebaixado porque denunciaram o escândalo da compra de resultados no campeonato italiano da temporada 2005/2006. A punição foi um desconto de 8 pontos no campeonato seguinte, antes mesmo dele começar. Escapou, ao contrário da Juventus, da segunda divisão.

Ok, isso todo mundo sabe. Mas a partir desse ponto, ninguém na imprensa levantou outro: Kaká, Cafú, Serginho, todos os jogadores brasileiros, eles não sabiam nada dessa roubalheira? E o Leonardo, o cunhado e genro perfeito, dirigente do clube, não sabia? Como um gerente de futebol, naturalmente enfrunhado em tudo que acontece no clube, pode desconhecer isso?

O comportamento dos jornais se resumiu a se omitirem. Até parece que só eu pensei nisso, e que ninguém levantou essa bola em redação nenhuma. Parece até marido corno de quadro de programa humorístico: ele nunca percebe nada porque o autor assim quer. Na vida real, perceberia, de tão flagrante que é.

25 de novembro de 2008

Efebófilo

Quando li que o Marcelo Camelo, 30 anos, o mala dos malas dos Los Hermanos, estava namorando uma menina de 16 anos, pensei na hora: pedófilo.

Mas não é não. É efebófilo. Essa eu nunca tinha ouvido falar. São os homens mais velhos - dentro disso se encaixam os de barba grande - que têm atração por adolescentes femininas.

Classificações científicas à parte, uma coça não cairia mal numa situação dessa.

23 de novembro de 2008

Camisa 10

Se você acompanha futebol e tem mais de trinta, deve ser mais um que sente falta de um ponta-de-lança. O que joga armando jogo, ligando o meio ao ataque e concluindo também. Muitos deles tinham a camisa 10.

Se você tem menos de trinta, pouco viu além de Zidane, Laudrup, Petkovic e Alex. Esse, freqüentemente picado pelo mosquito do sono. O Ronaldinho Gaúcho poderia ser um completo, um dos maiores da história. Mas prefere encher a cara todo dia.

No Brasil, eles praticamente desapareceram, e não é papo de saudosismo de Armando Nogueira. Até o final dos anos 80, todo time de médio pra cima tinha um, no mínimo um bom jogador. Quem não tinha seu ponta-de-lança de verdade fazia vergonha no álbum de figurinhas.

A causa disso, quem melhor apontou foi o Muricy Ramalho há uns dois anos, no Arena Sport. Ele afirmou que os culpados são os dirigentes e técnicos das divisões de base. Como os cartolas são vaidosos e querem ganhar dinheiro logo, fazem pressão por vitórias em campeonatos. Aí, os técnicos ficam com medo de perder o emprego e não formam jogadores assim. Vão direto para o 3-5-2, mais defensivo e que usa menos jogadores cerebrais no meio. Por conta dessa escassez, medianos, bonzinhos e enganadores têm ido para a seleção freqüentemente. Ou mesmo mulas sem cabeça, como Júlio Batista.

Só pra ter uma idéia, fiz uma breve lista do que vi na minha infância: Zico (Flamengo), Pita (São Paulo e Santos), Renato Pé Murcho (São Paulo, Atlético MG e Botafogo), Mendonça (Botafogo e Santos), Jorge Mendonça (Palmeiras e Guarani), Zenon (Corínthians, Guarani, Atlético MG), Arturzinho, que jogava muito (Bangu, Vasco, Corínthians), Dicá (Ponte Preta), entre outros. Romerito, paraguaio, também era assim, só que jogava com a 7 do Fluminense.

Por isso, não acho graça em Festa Ploc. Anos 80 pra mim não é aquela porcaria de RPM, Kid Abelha ou Lulu Santos. Se eu não gostava antes, que dirá agora. O bom era o futebol jogado nessa época.

Detalhe da foto: Riquelme, Aguero, D´Alessandro, Messi, Aimar e Gago. Como é fácil ver, a Argentina está muito bem servida de camisas 10.

19 de novembro de 2008

Novos tempos

Há uma pá de anos, existia a seguinte frase, que aparecia em algumas camisetas: "Se nada der certo, eu viro hippie."

Hoje poderia ser: "Se nada der certo, eu viro DJ."

18 de novembro de 2008

Fila corinthiana

O Corínthians ficou 23 anos na fila, até ganhar roubado aquele campeonato de 77, quando o atacante da Rui Rei, da Ponte Preta, fez toda força pra ser expulso no início da final. E logo em seguida, ser contratado pelo próprio Corínthians.

Agora eles entraram em outra fila, e nela ocupam o 21ª lugar. Essa é a real colocação que o clube teve ao vencer a segunda divisão do Campeonato Brasileiro de 2008. No fim das contas, ficou atrás dos 20 da primeira divisão. É isso e nada mais.

Ser campeão de segunda ou terceira divisão não é algo que se comemore. Só se for time com torcida do tamanho da do América.

Tem que pegar o troféu e usar como peso de papel, apoio de mesa quebrada, escada pra faxineira baixinha, sei lá. Mas motivo de orgulho, só pra quem finge que é, pra não aturar gozação de rapaziada em churrasco.

Detalhe da foto: corinthiano de verdade encara fila pra ver seu time. Aliás, é aquele ali, em 21º lugar.

8 de novembro de 2008

Seca

Nunca mais escrevi "O sonho de __ era ser __." A seca tá foda. Quem quiser gastar o seu precioso tempo colaborando com essa bobajada de mínimo alcance, agradeço.

5 de novembro de 2008

Michel Malamed

Se alguém perguntasse ao Michel Melamed o que ele acha da Mulher-Samambaia, provavelmente ele diria: - Em seu começo, enxerguei uma tentativa de sátira niilista a essa coisa do grotesco-sensacionalista-sexista que vive encrostada nos programas de auditório, com exceção da estética chacriniana, que não catargiza isso como os demais. Mas sinto que faltou um caldo cultural que recheasse essa proposta. Na prática, ela referendou o objeto de crítica, aglutinando os valores questionados ao invés de antropofagizá-los para obter uma mensagem pós-simonedubeauvariana.

Eu prefiro dizer que ela é gostosa pra caralho.

Detalhe da foto: enquanto isso, o povo pega no pesado pra sustentar os incentivos à nova cultura nacional.

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