29 de julho de 2012

Considerações olímpicas 2012 - 1

Até esses jogos olímpicos, Tiago Pereira poderia ter sido nadador do Botafogo ou garoto propaganda da Jacuzzi. Mas agora ele parou de peidar na água. Justamente quando as câmeras deixaram de focar a sua mãe, uma das maiores pés frio e pés chata da história, com aquele eterno e bizarro espetáculo de histeria edipiana.

Com os holofotes voltados para a qualidade do trabalho realizado pelo seu técnico, o nadador deu o salto que precisava. Todos viram a diferença que faz investir na ciência, na disciplina e na seriedade, ao invés de assistir reportagens engraçadinhas sobre a Jocasta sindicalizada no Bobo Esporte. Como se aquele show adiantasse alguma coisa.

E assim, Tiago Pereira saiu do nadar e peidar para o nadar e ganhar. E levou uma excelente prata. Parabéns.

25 de julho de 2012

Bobo alegre

Há uma boa pá de anos, o Globo Esporte foi comandado por Fernando Vanucci. Ele fazia parte de uma geração de apresentadores que, inevitavelmente, era composta de locutores. E assim o era, com excepcional voz, sólida carreira em rádio e tevê, a ponto de ter sido o último narrador do Canal 100. Mas Vanucci deixou uma marca muito forte no programa: o seu Alô, você!!!! Com isso, deixou a inapagável pecha de bobo. 

Depois dele, Milena Ciribelli assumiu o posto de vez. Assim como seu antecessor, é locutora, e de uma geração mais recente, descontraída, que brotou na finada Fluminense FM. Bonitinha, cabelos claros, sorridente, não cometia desatinos ou criava bordões infames. Milena era o que nossos avós chamavam de boa praça. Ou, em palavras mais universais, alegre.

Mas um dia ela saiu. Ou foi saída, dizem. E aí a Globo resolveu inovar. Na busca por ser mais moderninha e descolada, economizou e se resumiu aos itens que os dois anteriores ficaram conhecidos: bobo e alegre. E colocou Alex Escobar...

22 de julho de 2012

Eduardo de Paes pra Filho, um candidato de nome.

Lixeiro, Vira lata, Tonhão Som de Cristal, O Homem da Moto, Gordinho da Paz, Serrote, Prof. Pipoca, O Phumaça, Seu Madruga, Professor Peru, Sonrisal, Wadão e o Jegue Dente de Ouro, Kingnaldo o Poeta, Homenzinho Jaçanã, Pancadão Samurai e He-Man compõem a interminável lista de nomes insólitos nesta eleição. Normalmente barnabés, eles não possuem grande força eleitoral. Não têm um nome de peso.

Muito diferente do gafeiro internético Eduardo de Paes pra Filho. O embriãozinho de Collor é realmente um candidato de nome. Tanto que o aplicou literalmente às atuações e necessidades do administrado público que é, levando a alturas everestianas o conceito de versatilidade. Ou multifuncionalidade, como preferem os érreagás...

Senão, vejamos as suas infinitas adaptações:

- Eduardo de Paes pra Filho com empreiteiras

- Eduardo de Paes pra Filho com empresas de ônibus

- Eduardo de Paes pra Filho com o mercado imobiliário

- Eduardo de Paes pra Filho com fornecedores de hospitais

- Eduardo de Paes pra Filho com fornecedores de escolas

- Eduardo de Paes pra Filho com vereadores corruptos

- entre tantos outros.

16 de julho de 2012

Felipe Peixada

Quando eu era rapazinho lá em Barbacena, ops, Niterói, aconteceu isso. Sem sacanagem. Ou melhor, bastante...

A Associação de Moradores de Santa Rosa se reuniu pra ouvir algumas propostas de um jovem vereador. Desde cedo, ele brilhava com seu ar de bom garoto, daqueles que as mães rezam para suas filhas casarem. E que os sogros acabam achando até meio chato, porque sabem que nunca vão tomar uma cervejada mais forte com ele. Fazer o quê? É para um bem maior, né?

Pois a principal proposta desse bom rapaz era fazer a pacata Vereador Duque Estrada uma rua de mão dupla. Para ter uma idéia do que eu tô falando, imagine aquelas ruas que ainda têm paralelepípedo, bastantes árvores e até uma persistente quitanda...

Ao apresentar a infâmia, o rapazola defendeu a mudança afirmando que era para o bem do bairro. Mas para sua surpresa, em meio ao silêncio ele foi rebatido por um senhor, que questionou se o bem não seria maior às construtoras. Obviamente o coroinha negou. E concluiu fazendo uma autorreferência: - Sempre defendemos os interesses de Santa Rosa! Inclusive, recentemente instalamos um sinal aqui na esquina com a Noronha Torrezão, que beneficiou a todos os moradores da região!

Ao ouvir isso, o senhor apertou o nó da faixa e deu o mata-leão: - Me admira ver um jovem político como você, com esse discurso de prefeitinho de cidade do interior de 50, 60 anos atrás, quando colocavam banda e palanque pra qualquer coisa. Instalar sinal de trânsito é obra corriqueira, obrigatória, e não uma realização. Você tinha que pensar diferente, meu filho. Pega mal falar isso!

Nesse momento, o político ficou mudo, e sua cara de pau foi do marrom peroba ao vermelho Coca-Cola. E nem foi de vergonha, mas de raiva, é claro. Depois disso, os moradores acordaram e vetaram a safardanagem.

Hoje, após vários anos, o vereador cresceu como político, virou deputado estadual, secretário do Cabral, e está se lançando a prefeito de Niterói. A Vereador Duque Estrada, ao contrário, só diminuiu, pois teve a mão dupla enfiada goela abaixo, obviamente porque os moradores foram omissos e não fizeram nada além de reclamar para o alto. E o velho? Bem, ele morreu com uma felicidade incomensurável: passou seus últimos dias bem acompanhado, dividindo muitas cervejas e vinhos, porque sua filha não casou com o genro ideal...