29 de maio de 2012

Rimas pobres. Ou melhor: rimas Classe C

De repente, a Classe C - que até outro dia era adjetivo de ruindade - virou a estrela da mídia com seus trocadinhos a mais e votos a se perdê.

A Classe D também passou a ter o seu valor, porque pôde comprar tevê maior com prestação que só faz o preço crescê.

A Classe Bê - a do Xexéo, com toda essa bagunça, como sempre vai ver seu dinheiro se escafedê.

E a Classe E, veja você, nasce pra cagá sem comê.

Mas uma classe em especial - pode crê - vai continuar rindo e muito, pois como diria Benito de Paula, tudo está no seu lugar, graças a Deus, sem quase nada pra mexê. E olha que nem é a Classe A, AA ou AAA.

É a Classe AAAAAAAAAAAAAAAAAAi que loucura.

dos fiespeiros, dos caiadeiros, dos especuleiros, dos politiqueiros, dos servidores roubalheiros, de alguns televiseiros de programas concurseiros, que exploram emoções de faxineiros e pedreiros, compondo esse milheiro parasiteiro brasileiro.

É a Classe que aparece como boazinha de doê. Alguns cuidando da natureza, outros do interesse nacional, uns até dos pobrezins. Mas, acima de tudo, a que quer mais é que você e todo mundo vá se fudê...

25 de maio de 2012

Palavras onde faltam ideias - 9


Período sabático – é o tempo dedicado a coçar o saco por quem pode ficar sem trabalhar. Se o sujeito é rico, chamam de período sabático. Se é pobre, de vagabundagem. 

Set-list – faça pose de moderno-cool-zona-sul, ouça bandas do gênero de rock O Meu Bofe Me Deixou (Radiohead e cia) ou de eletrônico, faça postagens descoladas burgo mal-humoradinhas no Feicibúqui, use uma roupa fashionpopstyle com camisa do Fluminense por baixo e pronto: você já pode usar set-list ao invés de repertório. 

Resiliência – termo da moda entre os neo-oráculos do RH, foi tirado da física para nomear o conjunto de condições psicológicas que o homem reúne para enfrentar e superar problemas e adversidades no ambiente de trabalho. No popular, é o saco de Jó pra aturar chefe ditador,  colega chiliquento ou subordinado fresco. 

Brainstormingtermo ensebado pra definir um monte de gente falando o que der na cabeça pra chegar a alguma conclusão. Ou seja, pode ser uma reunião de executivos, o geeneteano Saia Justa ou um bando de cara vendo jogo numa birosca. E este, convenhamos, é muito mais divertido de acompanhar. 

Outplacement – é como as empresas demitem e ainda passam por boazinhas, ao oferecerem cursos ou encaminhamento. Mas se quiser chamar de KY não tem problema.

20 de maio de 2012

É o Catete

O Brasil é o país em que os governos tratam suas obrigações como último prêmio de bingo. E com direito a velhinho infartando de tanta felicidade, obviamente sem ambulância desses mesmos governos pra socorrer.


Esses dias, mais um exemplo disso aconteceu, talvez de forma pior. Ali, entre a Glória e o Catete, foi instalada uma grande unidade da Guarda Municipal e, futuramente, quem sabe talvez, haverá uma UPP. Esta, pra combater a cracolândia que se desenvolveu na favela Santo Amaro. O mais lindo e tocante é que essa área fica exatamente ao lado do Hotel Glória, nova propriedade de Eike Batista, que pretende transformá-lo num Copacabana Palace moderninho.


Enquanto isso, a população da Zona Norte e Oeste - que no máximo tem motel com promoção de 29,90 por 3 horas - ganha o quê?


Eu mesmo respondo. Tchanãããããããããããããããã:
  

Tropa da Elite

O secretário de segurança do Rio deu uma das mais infelizes declarações dos últimos tempos. É claro, despercebida pela nossa gloriosa imprensa.

O festejado Beltrami se referiu a todos os "presidentes de honra" das escolas de samba apenas e unicamente como bicheiros, quando até a velhinha de Taubaté sabe de suas reais atividades.

Pra falar o que falou, era mais fácil também dizer que Silvia Saint sempre viveu de uma barraquinha de beijos. E de estalinho...
 

15 de maio de 2012

A nova e bela geração de políticos


Dizem, até em música, que o Brasil continua sendo um grande puteiro.

Mas é evidente que não. Se a feiúra da velha geração de políticos, como Sarney, Édson Lobão, Divaldo Suruagy e Lula só pode render mulher bonita nessas condições, agora tudo mudou.

A nova geração trouxe os irresistíveis galãos Aécio Never, Lindbleargh, Fábio Farias Sato e os belos olhos azuis de Eduardo Campos, o Sinatra do Agreste.

E assim, o Brasil evoluiu. Saiu de um baita e atrasado brega para uma grande e bem produzida boate... 

Detalhe da foto: essa imagem não está aqui porque, assim como Costinha, os bonitildos da política só pensam em sacanagem. É porque, ao olhar pra eles, só consigo me lembrar do filme em que o Jack Black só vê o que as pessoas bonitas são por dentro...   

8 de maio de 2012

Daddy e a decadência da humanidade

Os mais otimistas dizem que o mundo está em constante evolução. Mas mesmo com a sucessão de heróis, profetas e líderes espirituais, o fato é que a massa ignara não aproveita os exemplos como deveria e continua vivendo sem paz de espírito. Uma teoria é que a síndrome do vizinho de Jesus tenha se potencializado ao máximo.

Com a comunicação em massa via internéti, tudo ficou tão próximo que morar no fiofó da África já não diz mais nada. Com duas ou três tecladas, você se sente próximo e ponto final. Isso, acredito, fez com que as pessoas olhem com o desdém citado na bíblia para qualquer um que fale coisas belas, em prol da humanidade. Inclusive pela overdose de mensagens bonitinhas e edificantes que circulam na internet e sufocam qualquer um que não tenha passado por lobotomia.

Baseado nessa triste constatação, mas repleta de exemplos concretos – ou virtuais, se preferir -, sugiro uma mudança de parâmetro sobre as nossa referências. Sugiro que todos se rendam à realidade: o homem é feito peido. Pra deixar de ser podre, só queimando. Mas, pra não dizer que vivemos num mundo sem saída, ela existe sim e se apresenta no programa O Encantador de Cães, que passa na Discovery Channel e no Animal Planet. Nele, você conhecerá a luz. Ou melhor, Daddy, um cão da trupe de Cesar Millán, o adestrador em questão.

Daddy é usado por Cesar para acalmar os casos graves, de cachorros com o capeta no corpo. E ele consegue com a sua gigantesca paz interior, que nenhum monge budista possui. Tive toda essa certeza em específico após me lembrar da chocante cena de uma pancadaria entre eles, no Tibet, anos atrás, transmitida pela tevê. Daddy não cai nessas armadilhas. Daddy está acima de tudo isso, mantendo-se calmo mesmo que o Cérbero esteja ao seu lado, em ataque de fúria. A gangue dos dobermans, nem coceira provocariam em Daddy. Muito menos um reles ser humano, por mais pélassaco que seja. E Daddy, pra tornar o seu exemplo ainda mais relevante, é um pitbull, a malfadada raça a que se atribui toda fúria e maus modos do universo. Acho até que Daddy subverte a crença hindu, pois de acordo com sua evolução, deveria nascer como um kriptoniano bonitão imune à kriptonita.

Experimente descobrir que até um cão demonstra mais equilíbro e desprendimento que nós. Renda-se à insignificância da raça humana e curve-se à grandiosidade de Daddy. E assim, você se tornará um nada um pouco melhor.