20 de abril de 2013

Revendo o mundo fashion

A GNT, como sempre, transmite o Fashion Rio. E eu, pra ter um mínimo de convivência televisiva em casa, assisti por 10 minutos.

Nessa brevidade de tempo, falou-se nas tendências. Já escrevi sobre esse catirifufo no caterefofo aqui: http://saviooivas.blogspot.com.br/2008/09/tendncias.html.

Mas além das suaves considerações feitas, sempre falei que esse mundinho nunca olha para o mundão. No máximo, pegando uma coisa ou outra para mostrá-las como exotismo. Tal como um etnógrafo do século 19 numa tribo de Nova Guiné. Ou a classe média assistindo a Cidade de Deus, Tropa de Elite ou qualquer filme questionador de diretor cabeça-chique. É da indignação direto pro Bracarense.

Mas agora as coisas estão mudando, e sou obrigado a dar o braço a torcer. Para as coleções Primavera-Verão 2013-14, fashionistas anunciaram a tendência "barriguinha de fora". Ou "tábua côncava de fora", no caso das modelos. Segundo as comentaristas, isso não acontecia há muitos anos, e está incentivando um traço maior de brasilidade à moda nacional. De certa forma, consequência direta das transformações da nossa sociedade. É a também chamada fase "pobre também é gente".

Diante dessa nova postura do mundo fashion, o que posso fazer é concordar. Afinal, roupa tem de ser o reflexo do que nós somos. Por isso vemos camisa do Flamengo até em tribo indígena nunca contactada.

E ainda vou além. Em função dessa atitude menos Carlota Joaquina/nojinho de pobre, deixo aqui uma sugestão de modelo para desfilar nos eventos que ainda virão.

Um modelo que certamente intensificará essa positiva integração do mundo fashion à vida real.

Um modelo que vai além de ser um preto fashion, um cafuzo estiloso ou uma lésbica sarada recém operada pra homem.

Um modelo que se encaixa perfeitamente à tendência "barriguinha de fora", junto com esse descobrir dos novos tempos.

Trouxe até a foto dele. Vejam só: 



16 de abril de 2013

Palavras onde faltam ideias - 11

Hipster - Especialmente ali pelas bandas da Gávea e Jardim Botânico, é o hippie com patrocínio cultural da Petrobras.

4 de abril de 2013

Ah, o futebol moderno...


Vendo jogos antigos, vi a seleção de 70 trocar passes em velocidade no ataque, como dizem que é o futebol moderno.

Vi que, entre os 50 e 60, Zagalo - assim como Telê - era ponta e compunha o meio, como dizem que é o futebol moderno.

Vi o Flamengo de Zico sempre jogar compacto, indo e voltando assim, como dizem que é o futebol moderno.

Falando nele, vi Zico, Sócrates, Falcão e Cerezo tocarem de primeira o tempo todo, como dizem que é o futebol moderno.

Cansei de ver Júnior e Leandro irem à ponta, defenderem e entrarem pelo meio, surpreendendo o adversário, como dizem que é o futebol moderno.

Eu tô achando que futebol moderno é ter jogador que realmente saiba jogar. E ter técnico que não se faz de Professor Pardal...

1 de abril de 2013

That's what I was talking about

As frases de cinema tornaram-se um ícone à parte da indústria cultural. São pequenos momentos dos filmes que se estendem após as sessões, seja como vocabulário do dia a dia, seja como boa lembrança ou citação.

Muitas delas tornaram-se inesquecíveis por serem verdadeiros memes bem chicletáveis, como “I´ll be back” ou “ET phone home”.

Outras são igualmente curtas e simples, mas ditas de tal forma que ganharam charme e se tornam clássicos. “Bond, James Bond” é um ótimo exemplo.

Há as que traduzem perfeitamente o contexto do filme, aliada à interpretação impecável de quem a diz, como “Mrs. Robinson, you're trying to seduce me. Aren't you?”, com Dustin Hoffman, em A Primeira Noite de um Homem. Que, inclusive, pode ser considerado o reverso da apresentação do agente pega-todas.

Temos também as que trazem filosofia e força no contexto da trama, e acabam virando feicibucáveis: “A noite sempre é mais escura antes do amanhecer.”, em Batman – O Cavaleiro das Trevas. Ou “As palavras mais belas da língua não são "Eu te amo". São "É benigno", de Woody Allen interpretando novamente Woody Allen em Desconstruindo Harry.

Porém, para deixar qualquer crítico ou purista atônito e até mesmo indignado, até nesse universo o nosso mundo vasto mundo apresenta surpresas. Porque, de todas as frases que já vi - e com a internet tá fácil ver muitas -, só uma realmente reúne todos os aspectos acima e ainda resume o que é o gênero do filme, além do que é o próprio Cinema.

Essa tal frase, típica expressão da língua inglesa, foi interpretada com vigor e sinceridade pela Mestre Jedi pornô Tiffany Mynx, numa cena do não aplaudido mas homenageado Cheating Housewives 2: - That's what I was talking about...

Detalhe da foto: levando em conta o contexto do fim do texto, quem disse que só o ET e o Tom Hanks podem ir à Lua no cinema?