25 de fevereiro de 2010

Considerações sobre as olimpíadas de inverno

Patinação artística consegue ser ainda mais gay que ginástica artística.

Como é que pode um esporte que você mal consegue ver a bola, menos ainda na hora do chute? É claro que eu tô falando de hóquei no gelo.

Você levaria à sério se tivesse carrinho de rolemã em olimpíadas? Pois no gelo, eles chamam isso de skeleton.

Curling é bocha metida a besta. Aliás, o Brasil poderia fazer igual ao filme Jamaica Abaixo de Zero. Era só pegar uns velhinhos jogadores de bocha do interior, e mandar treinar Curling numa dessas pistas de gelo de shopping.

Pra não dizer que só falei mal, em termos mulherísticos as olimpíadas de inverno dão de 10 a zero. Meus parabéns...

22 de fevereiro de 2010

Cinzas

Muita gente torce pra Grande Rio demorar a ganhar um carnaval, por motivos óbvios. Mas, pensando bem, temos mais é que torcer, e muito, pra isso acontecer logo.

Imagine Suzana Vieira daqui há 8, 9, 10 anos, comemorando o título, toda esfuziante como só ela sabe ser. Vai estar mais pra Dercy Gonçalves do que pra qualquer outra coisa.... 

18 de fevereiro de 2010

Viradouro - o paraquedas furou

Quando eu era criança pequena lá em Barbacena, ops, Niterói, as escolas de samba da cidade eram coisa de pobre-de-marré-de-si. Quem ganhava mais de um salário mínimo nem sabia que elas existiam.

Aí, um dia, num belo e ensolarado dia, a Viradouro subiu ao grupo especial. Pra quê... Foi o maior ataque de paraquedismo da história. Nem no Dia D se viu tamanha dimensão. De repente, toda classe mérdia da cidade virou viradourense. Alas inteiras reuniam icaraisenses e cia, com juras de amor de comover carrasco nazista. Porém, de uma hora pra outra o paraquedas furou, porque a Viradouro afundou.

E agora, como numa letra de versos pobres,
só resta aos filhos de Araribóia
torcer por uma escola de parecida trajetória, 
que fica em São Gonçalo, 
cidade vizinha julgada como escória.
É a Porto da Pedra, ôô ôô
que se manteve com toda glória,
causando aos niteroienses
uma inveja nada irrisória...    

Detalhe da foto: os foliões niteroienses já ensaiam suas novas alas para o próximo ano, que excepcionalmente devem sair na escola de Edson, Edsãogonçalo...

17 de fevereiro de 2010

Eu sou burguês, mas eu sou sambista - 5

O "O Globo" descreveu o desempenho de Luiza Brunet, madrinha da bateria da Imperatriz Leopoldinense, como uma "apresentação correta e elegante, no padrão Luiza Brunet".   

Belo eufemismo pra dizer que, mesmo depois de um tempão, ela não consegue aprender a sambar de jeito nenhum.

O metrô e o cobertor de pobre

Estar mais próximo do primeiro mundo não é um ver um sujeito com pinta de Roberto Justus no Fashion Mall, de camisa de abotoar e calça social, num sábado às 4 da tarde. É, sim, ver os serviços públicos chegarem a todos de maneira indistinta, desde o boneco citado a um catador de lixo.

E, definitivamente, não é isso o que os trens subterrâneos do Rio fazem. Eu sempre achei o Metrô - na verdade nome próprio que virou o do serviço, tal qual Xerox e fotocópia - um negócio do caralho. Não tem engarrafamento, é rápido, tem ar refrigerado, não polui por ser elétrico, é bom demais. 

Porém, soube por uma fonte quente que a concessionária, para inaugurar a sua mais recente linha, deu uma de cobertor de pobre. Simplesmente foram retirados vários vagões, um de cada linha já existente, para suprir a nova. Da mesma forma como aconteceria num pelotão do século 19, totalmente isolado no Saara, ao racionar água para todos sobreviverem. Depois dizem que o Rio está deixando de ser pobre e de viver em clima de guerra... 

Detalhe da foto: que ironia. Quem cava são eles, mas que passa por toupeira somos todos nós...

14 de fevereiro de 2010

Eu sou burguês, mas eu sou sambista - 4

Bloco Sapucapeto.

Ir num troço desse é trocar a classificação do carnaval de festa popular pra festa prêt-à-porter.

13 de fevereiro de 2010

Eu sou burguês, mas eu sou sambista - 3

O bloco Me Beija que Eu sou Cineasta, como se já não bastasse o nome, ainda elegeu Otto - isso mesmo: Otto - como seu muso, ao invés de alguma das tantas mulheres maravilhosas que superlotam as produtoras de cinema e video.

Como tem ottário nesse mundo.

Eu sou burguês, mas eu sou sambista - 2

Eu sei porque um caboclo marca concentração de bloco para as seis da manhã.

Não, não é só titica de galinha na cabeça. É que esse povo alternativo gosta tanto de ser diferente, mas tanto, que prefere fazer o contrário: acorda tarde quando todo mundo madruga pra trabalhar, e cedo quando as pessoas querem dormir um pouco mais pra descansar...

9 de fevereiro de 2010

De graça, até injeção na testa e bloco da Preta Gil

Domingo agora, dia 7, saio da areia de Ipanema no Posto 9, junto com Sandra. O pôr do sol se encaminhava. Apesar do calor intenso, tudo foi muito bom, especial mesmo. Mas o que inicialmente pode parecer um tema para letra de Bossa Nova, na verdade foi mais pra Death Metal.

A partir desse momento, vejo uma multidão vindo do Arpoador, e pelo som fica claro que é um bloco. E, para minha surpresa, avisto no carro principal um grande estandarte fixo, redondo, com a foto da Preta Gil. Pelo menos nisso, o formato fez sentido.

O que pra mim não fez sentido algum, foi a quantidade de gente prestigiando essa catarse de vaidade. Na hora falei: "- Cacete, como tem otário nesse mundo. Vir aqui dar moral pra Preta Gil... Canta mas não sabe cantar, atua mas não sabe atuar. É o nada do nada. E ainda sonha em ser Beyoncé. Só se for em quadro do Botero."

Sandra, tentando ter paciência, respondeu: - Mas ninguém está aqui por causa dela. As pessoas vêm porque é música de graça. Não estão nem aí." Respondi: "- Mesmo sendo pra isso? Amor, é a Preta Gil!" E ela completou: "- Sim."

É, o mundo está todo subvertido. E os ditados, expressão ícone da cultura e sabedoria popular, precisam ser adaptados a essa nova realidade...