Cristovam Buarque

Brasília é um cocô. Pra passar uns dias é muito legal. Mas pra morar, não passa muito disso.

Porém, o melhor senador que o Brasil possui vem de lá. Cristovam Buarque dá banho nos outros. Seus discursos e artigos o colocam à distância mesmo dos bons senadores. E acabam humilhando o restante, que deveria estar trabalhando como bode de estádio de time pequeno.

Sei que assistir TV Senado é coisa de velho. Não conheço ninguém com menos de 75 anos que o faça. Mas, se um dia, você passar o controle por este canal e ele estiver discursando, acho que vale a pena parar pra ver. No mínimo, sempre haverá algo de relevante, por seu conteúdo e sensatez.

O sonho de ___ era ser ___ - parte 15

O sonho do Tiago Lacerda era ser o Tarcísio Meira.

O sonho da Sandra Annenberg era ser a Fátima Bernardes.

O sonho do Willian Bonner era ser o Dan Rather.

O sonho do Jet Li era ser o Bruce Lee.

O sonho do Aécio Neves era ser o John Kennedy (já falei aqui). Mas um dia ele acorda e passa a sonhar em ser o Sarkozy.

Pesos e medidas

Não é frieza, é só parar e pensar.

Troque os nomes do caso da menina jogada pela janela por Josimar, Cremilda e Lucilene. Se muito, renderia um dia de notícia no Extra, Expresso ou Meia Hora.

100% Obina

Obina não pode jogar o fino.

Obina não pode dar entrevista inteligente.

Obina não pode ser o melhor em campo.

Obina não pode emagrecer.

Obina não pode parar de comer acarajé.

Se não for assim, não é Obina.

Lugar de cachorro é no quintal

O jogo foi uma merda, Ibson errou tudo, mais uma vez Kléberson se comportou como vereador de cidade pequena (só aparece pra receber), mas foda-se: o Flamengo ganhou do Botafogo, e com gol de Obina ainda por cima.

É claro que tudo pode mudar em uma semana. Mas tenho, a cada dia, maior certeza de que o lugar da cachorrada é mesmo no quintal, regando o jardim com seu choro compulsivo.

Detalhe da foto: em seu quintal, um botafoguense observa atônito mais um rio de lágrimas.

O sonho de ___ era ser ___ - parte 14

O sonho do PC Gusmão era ser o Wanderley Luxemburgo.

O sonho do Renato Aragão era ser o Oscarito.

O sonho do Jorge Fernando era ser o Carlos Manga.

O sonho da Sandra de Sá era ser a Aretha Franklin.

O sonho do Harry Connick Jr. era ser o Frank Sinatra.

O sonho da Cláudia Leite era ser a Ivete Sangalo.

O sonho da Ivete Sangalo era ser a Daniela Mercury.

Namorado de atriz

Uma das maiores babaquices das revistas de celebridades é quando aparece a profissão dos maridos ou namorados das atrizes de televisão. Se não forem atores, produtores ou cirurgiões, em 99% das vezes aparece escrito "empresário".

Se fosse administrador, vá lá, porque tem a ver com comandar uma empresa. Mas colocar "empresário" é pura babaquice. Empresário não é profissão, é condição que uma pessoa adquire quando passa a ser patrão. Se alguém perguntar ao Pitangy qual é a sua profissão, a resposta será cirurgião plástico, e não empresário, por ser dono de uma clínica.

Tenho certeza que isso acontece por conta do glamour global. Seria muito engraçado, no meio daquela frescurada toda, ter uma legenda de foto na Caras assim: Carolina Ferraz e seu novo namorado, dono de uma empresa de raspadinhas, prestigiam a nova peça de Juliana Paes...

Ajuda divina

Fico triste pelo sofrido e lutador povo da África do Sul.

Mas foi impossível não agradecer ao céus quando soube que Joel Santana trocou o Flamengo pela seleção de lá.

As Barcas e o Galã

De novo, eu numa fila imensa da barca. Só que hoje apareceu, apenas para fazer cena para a imprensa, o Secretário de Transportes Júlio Lopes.

Ele, fazendo pose de gatão de meia-idade de Caras, consegue no máximo ser mais um galã mal dublado de novela colombiana. Um perfeito Esteban Enrique, Manolo Castillho ou Pedrito Manafrán.

Com toda empáfia, ele apontava para o fim das filas, como se tudo fosse decidido ali, e não nas combinações de gabinete. Quase me emocionei com o espírito público de um cara que conseguiu sofrer impeachment no Flamengo. Isso, pra mim, foi como ser expulso do inferno por mau comportamento.

Ainda bem que cheguei vivo do outro lado da baía.

PS: na foto acima, Júlio (com som de "r") Lopes à direita. Ou em cima. Ou à esquerda. Ou embaixo, tanto faz.

Candidatos de Niterói

Sabe aquela cena clássica do Tom & Jerry, em que o Tom sai pisando em ancinhos no jardim, tomando bordoadas pra qualquer lado que vá?

Foi como eu me senti ao saber de mais um candidato oficialmente lançado à Prefeitura de Niterói: Rodrigo Neves.

O sonho de ___ era ser ___ - parte 13

O sonho do Tom Cavalcante era ser o Chico Anysio.

O sonho do Oasis era ser os Beatles.

O sonho da Cindy Lauper era ser a Madona.

O sonho do uruguaio era ser argentino.

O sonho do argentino era ser espanhol.

O sonho do Orlando Moraes era ser o Caetano. Um dia ele acorda e passa a sonhar em ser o Guilherme Arantes.

Toró desmente Tim Maia

Tudo é tudo e nada é nada. Pois Toró - pra quem não sabe, infelizmente jogador do Flamengo - é algo tão inacreditável que até a famosa frase do Tim Maia ele pôs abaixo.

O porquê disso? É simples: se alguém tentar definir o que é Toró, o que poderá dizer além do nada absoluto? Nada. Toró não arma, não passa, não marca, não se coloca, não chuta, enfim, é a ausência total de qualidades em campo. Não dá para compará-lo ao vácuo sideral porque, segundo li em seções de ciências dos jornais, há evidências fortes de existir matéria invisível que ocupa esse espaço.

Resumindo, tudo é tudo e Toró é nada.

Não deu

Não deu vontade de chorar. Não deu vontade de reclamar do árbitro. Não deu vontade de tirar as calças e pisar nela.

Não deu nada disso porque o Bostafogo jogou melhor, foi mais organizado e aproveitou bem o fato de estar mais descansado.

Foi isso e só. Sem choro, sem chilique, sem entrevista coletiva ridícula, e com a consciência de que perder é do jogo. E que homem que é homem levanta a cabeça, procura saber onde errou e segue em frente.

Por isso é que Botafogo é Bostafogo e Flamengo é Flamengo.

As Barcas e Os Impossíveis

Uma boa medida da irresponsabilidade que está rolando nas Barcas é a segurança colocada na Estação Araribóia, no Centro de Niterói.

Em resumo, é um só segurança que está lá para organizar as filas imensas e evitar os tumultos. Chega a dar pena do cara e, óbvio, raiva da administração. Percebe-se que lá, no meio da furada em que foi jogado, ele procura ser educado, sempre ouvindo reclamações - todas justas - da melhor maneira sobre uma situação que não pode fazer nada.

Mas de repente eu posso estar errado, e este não seja um caso de irresponsabilidade pensada. Pode ser que a Barcas, coerente com a sua percepção de realidade, tenha a esperança de que o segurança seja, na verdade, o Multi-homem dos Impossíveis, e um dia resolva entrar em ação. E vamos nós.

O porquê do mundo existir

Essa questão já existia na minha cabeça e foi ressucitada outro dia, em uma conversa com meu camarada Angelo Morse. A verdade é que 99% das conquistas do homem foram feitas com um único objetivo final: pegar mulher.

Pontes, estradas, computadores, recordes esportivos, conquista espacial, tudo para ter poder. Poder pegar mulher.

E mais: se todas as mulheres do mundo embarangassem de uma só vez - padrão Regina Cazé e Preta Gil -, a civilização entraria em um processo de decadência similar ao de um avião em queda. Incialmente, seria uma estagnação a olhos não-vistos. Em seguida, a falta de evolução das coisas seria mais clara. A tecnologia se estagnaria, os restaurantes faliriam, os executivos cancelariam seus MBAs.

O passo seguinte seria a barbárie. A agressividade tornaria-se crônica e crescente, até o ponto de uns não suportarem mais os outros. E, enfim, a derrocada da humanidade se concretizaria, num cenário terrível e desastroso.

Pessimismo? Não. Com academia, uns produtinhos e muito amor, tudo melhora.

Inédito

Hoje, 9 de abril, é o primeiro dia dos últimos 3 meses em que não vi a Mulher-Melancia na primeira página de algum jornal do Rio de Janeiro.

Ão Ão Ão

Antes de qualquer gozação com o América, já mando uma logo de cara: no Brasil, somente 3 clubes nunca foram rebaixados: Flamengo, Cruzeiro e Internacional.

Na década de 80, por alguns anos o critério para estar na primeira divisão foi a colocação no estadual. Por conta disso, em 83 o Santos não se classificou e só entrou pela janela. O Corínthians já disputou a Taça de Prata - equivalente à segundona - e ganhou. Em 98, o São Paulo caiu pra segunda divisão do Paulistão. O Palmeiras é recente, todos lembram.

No Rio, além do Fluminense (que não disputou a segunda após ter ganho a terceira, e por isso nunca saiu de lá) e do Botafogo, o Vasco não se classificou para disputar o Brasileiro de 84. O critério foi o dito acima, o do estadual. Só entrou pela janela, numa manobra da CBF.

Por isso, todo flamenguista pode olhar com superioridade absoluta para todos os outros torcedores aqui no Rio. E cantar para si mesmo, com a tranquilidade de quem está eternamente por cima, aquela velha canção: - Ão, ão, ão, Segunda Divisão....

América - a oportunidade

O América é como aquele colega de escola ou faculdade que todos já tiveram: feinho, gordinho, não pega ninguém, mas por ser simpático até que se torna bem aceito por todos. Enfim, é o que eu chamava de "conhecido, mas não reconhecido".

Pois ao América, enfim rebaixado, cabe fazer o que alguns desses feinhos gordinhos fazem: aceitar ser o que são, pensar a médio/longo prazo e construir uma sólida estrutura profissional e financeira, para mais tarde colher os frutos que desejam. É claro, usando de forma esperta o que de mais aceito eles têm: a simpatia das pessoas, justamente por nunca terem provocado nada de mais em ninguém, seja por inveja ou admiração.

Dessa forma, o América poderá se estruturar, ter prestígio, conquistar torcedores e quem sabe alguns títulos. E o feinho gordinho, deixando de ser apenas conhecido para tornar-se reconhecido, enfim poderá pegar as mulheres que tanto sonhou.

Parecidos extremos

Deve ser engraçado. Imagine um ex-atleta com um jeito bem mocorongo ser um bocado parecido com um cantor de pop/rock afetadíssimo: Oscar e Morrisey.

Sugestões

Dias atrás, Lula elogiou em palanques Renan Calheiros e Severino Cavalcante. E ele tem todo o direito de elogiar quem quiser.

Não só acho isso, como deixo aqui uma lista de quem ele pode elogiar nos próximos discursos:

- Idi Amim Dadá

- Roberto Campos

- Imelda Marcos

- Jair Bolsonaro

- Lex Luthor

- John Rambo

- Gêngis Khan

- Aécio Neves

- Entre outros

Olha quem fala

Enquanto fico zoando o cara abaixo, meu processo de obinização caminha a passos de Schumacher...

Camisa histórica

Dia desses, eu ia para a barca de ônibus, quando vi dois mobiliários urbanos - aqueles cartazes em ponto de ônibus - com jogadores do Flamengo.

O primeiro foi com Fábio Luciano. Passando rápido, deu pra ver que é pra vender a camisa histórica lançada na semana passada. Layout bonito, o melhor zagueiro contratado nos últimos anos, dedicado, sério pra cacete... Quando vi isso, pensei: - Pô, é uma das raras campanhas maneiras, sérias mesmo, feitas para um time de futebol.

Em seguida, da mesma campanha, vi um com Obina. Aquele físico portentoso de comedor de acarajé, carurú e vatapá. Aquela expressão de estar perdido ali, no meio da sessão fotográfica, quando preferia estar numa piscina em cima de uma bóia de pneu de caminhão. Quando vi isso, pensei: - Pô, o Hermes e Renato fez uma paródia da campanha...

PS: reparem no círculo da foto. Obina, por conta de sua conhecida fome de gols, pagando peitinho em rede nacional.

Em público

Eu gostaria de agradecer publicamente ao Eurico Miranda.

Obrigado, Eurico. Muito obrigado mesmo. Obrigado por ter contratado Antônio Lopes.