28 de outubro de 2008

As 7 maravilhas de Itaquaquecetuba do Norte

Saiu mais um capítulo da extrema necessidade que Niterói tem de negar que é uma cidade do interior: é a inacreditável e cômica eleição das 7 maravilhas de Niterói.

Em uma tarde de domingo em Itacoatiara, essa disputa teria muitas concorrentes. Aí, nem seriam maravilhas. Seriam, no popular, maravilhosas mesmo. Mas a megalomania fez com que a lista se baseie em construções, ruas e locais naturais.

Há coisas boas, como o MAC e a própria Itacoatiara. E há as alucinações ultraprovincianas, como a inclusão da Viradouro, da feiúra que é o Mercado de Peixes e a rua Moreira César, cujo mérito é concentrar uma parte do público feminino que vai a Itacoatiara, nos horários de entrada e saída das academias. E pára por aí, porque essa via é um caos, estreita e repleta de camelôs. Uma tentativa mal-sucedida de ser uma Visconde do Pirajá.

Fica aqui uma sugestão que ouvi, do meu primo Rodolfo, para abrir a lista a ser formada: a vista para o Rio...

9 de outubro de 2008

Poder

Se estivesse vivo, Paulo Francis estaria às gargalhadas.

Wladimir Palmeira, por um ideal revolucionário, renunciou à fortuna da família latifundiária de Alagoas, na década de 60.

Décadas depois, ganhou 1 milhão de dólares na Loto, quando era o maior prêmio. Doou 10% ao PT, cumprindo o dízimo do partido, que então era uma alternativa política interessante.

Hoje, com suas atitudes recentes, quem é muito cético diria que ele está ganhando dinheiro com política. Porque até agora só há duas explicações para que um cara com sua trajetória esteja apoiando Eduardo Paes: uma, pelo motivo já dito, que sinceramente não acredito. A outra é bem mais simples: poder.

Poder de quem esqueceu a causa e hoje se dedica a uma estrutura. É assim que muitos bons políticos, depois de um tempo, se acomodaram e passaram a perseguir lugares, deixando as mudanças para segundo plano.

Só pode ser por isso. Porque Eduardo Paes não desce.

PS: muita gente não sabe, mas no primeiro estatuto do PT existia a regra de o político não poder se eleger por mais de duas vezes consecutivas, para não personalizar a atuação partidária. Só que, na prática, ninguém quer largar o osso...

7 de outubro de 2008

Sobre a postagem abaixo


Por sua vez, ele pegou aquela Miss Brasil que foi vice no Miss Universo.

Pensando bem, não o culpo. Eu também me acharia o Todo-Poderoso por conta disso.

A escovada

O Brasil inteiro deveria estar em festa. Aécio Neves, o sacripanta, gastou onda durante todo o período eleitoral, achando que elegeria no primeiro turno, de lavada, qualquer um que fosse apoiado por ele.

Quebrou a cara. Mesmo que seu candidato seja eleito no segundo turno, isso serviu pra mostrar que ele não é o Todo Poderoso que pensa que é.

4 de outubro de 2008

Nitijuca

Niterói tem poucos cinemas e teatros, praias decentes longe pra caralho, zero centros culturais de verdade, raros bares maneiros, mas é um lugar legal.

Tem um povo provinciano pra cacete, um IPTU estratosférico, um trânsito infernal, mas é um lugar legal.

Porém, tem uma classe média que tira a maior onda por ir a restaurantes de comida a quilo pra comemorar aniversários ou se reunir com amigos. Se é pra ser pretensioso, que se corresponda de verdade à pretensão. Por isso, prefiro ir a um Steak House da vida, que é simples, assumidamente bagunçado e não quer se fazer de chiquê pra ninguém. Com toda gordurada, fumaçada e garçon correndo de um lado pra outro, considero mais coerente e melhor.

Ainda não sei por que a cidade não se chama Nitijuca.

2 de outubro de 2008

Guia Jabá - Rio

Há uns bons anos, lembro que júri de Miss Universo era composto, invariavelmente, por um dono de companhia aérea, um milionário japonês, um artista plástico, o ditador do país-sede e o Pelé. Ou seja, tanto poderia ser eleita aquela Natália, que foi vice recentemente, quanto a Mulher-Melancia, pois os jurados não têm formação nenhuma para tal função.

Pois hoje isso acontece com os júris de concursos de bares e restaurantes dos principais jornais e revistas. Olho para as profissões dos jurados e é sempre algo em torno de arquiteto, diretor de teatro ou cinema, designer, fotógrafo, ator, músico e todas as profissões típicas dos moradores do eixo Gávea-Jardim Botânico-Ipanema-Leblon.

Por que os júris não são compostos de cozinheiros? Ou também por pessoas que se focaram especificamente sobre culinária e a logística dos restaurantes? Não há como saber de onde os jurados vêm, nem se realmente poderiam ser.

Fica a impressão - praticamente uma certeza - de ser uma lamentável indústria do patotismo que toma conta dos cadernos culturais dos jornais e revistas. Daqui há pouco, vão lançar o Guia das Barraquinhas Cult de Churrasquinhos do Centro do Rio. Com jabá no cardápio, é claro.