26 de fevereiro de 2013

Lindbleargh e a baranguice do homem brasileiro

Nunca antes na história desse estado Lindbleargh Farias brigou assim, tão desesperado, pra garantir sua candidatura a governador. Afinal, ser senador por Nova Iguaçu acaba sendo pouco pra quem é do universo Gente Boa. Ou, como se dizia no tempo de Walmor Chagas de cabelos escuros, Greta Garbo, quem diria, acabou no Irajá. E quer sair de lá, já já.
 
Porém, antes que debrucemos para analisar ainda mais a complexidade dessa pandorreia, quero apresentar uma das mais fortes causas do crescimento político desse cara: a baranguice do brasileiro.
 
Comece fazendo um exercício de olhar a realidade alheia. Projete-se a Nova Iguaçu e imagine como são os maridos das mulheres iguaçuenses, a maioria do eleitorado lindinense. Pançudos, dentes escurecidos, suor empedrado, cheiro de cachaça em vez de Boticário na promoção, Cashmére Bouquet vencido e chinelo de dedo nada a ver com Havaianas fashion.
 
É foda. Assim não há coitada que aguente. Tem mais é que olhar para o rapaz bonito, perfumado, cabelo bom e arrumado, barba feita, malhado, rico, e sonhar. Ou melhor, votar.
 
Por isso, deixo uma dica para os adversários do Ken da política fluminense. Se querem derrotá-lo em seu próprio quintal, desembaranguem os maridos, namorados ou solteiros desleixados de Nova Iguaçu. De repente, pra garantir eficácia total, até mesmo distribuam travesseiros com fotos do Brad Pitt ou Gianechinni. Assim, no leito de amor, elas poderão colocá-los na cara de seus companheiros e fazer a festa ali. E não numa urna eleitoral...

25 de fevereiro de 2013

A plástica de Aécio Never

Aécio Never deu uma esticadinha. Sim, e daí? Ele sempre fazia isso e ninguém reclamava. Esticava de Minas pra Ipanema, de Ipanema para a Barra, de Ipanema para a quadra da Mangueira...

Mas como ele virou Senador da República, tudo mudou. Amadureceu, discursou, se enquadrou. Agora, o buraco é mais em cima. De Brasília pra Ipanema, de Brasília pro Lebrão...

Por tudo isso, dar uma esticadinha nas rugas foi uma consequência natural. Afinal, modernidade é modernidade. E, da minha parte, foi até bom. Já estava preocupado em usar Hugh Hefner o tempo todo para retratá-lo. Afinal, por mais dinheiro, viagra e loiras que ele tenha, chega uma hora que um senhor de 138 anos não pode ter essa bola toda. Coisa que o bom rapaz de sunga branca aqui de cima teve.

E assim, tudo fica mais coerente com o novo Aécio Never: o Renato Gaúcho da política nacional...

12 de fevereiro de 2013

Eu sou burguês, mas eu sou sambista 2013 - 6 - o nascimento de uma raça

Baseado na postagem anterior, percebi que a supervalorização da parte técnica das escolas de samba (carnavalesco, diretor de harmonia, contagem de tempo e cia) criou um novo tipo de ser humano: o gato-mestre de carnaval.

É aquele que acaba esquecendo da música e fica lá, com o perdão do trocadilho óbvio, desfilando o seu grande conhecimento sobre a esquemática e a funcionática do desfile.

Com essa nova configuração de DNA, veio um espetáculo de observações detalhadas, ares de autoridade com dobrinhas na testa, notas com vírgula oito ou vírgula sete e, é claro, elocubrações aprofundadas sobre a estética paulobarriana. Igualzinho nas olimpíadas e nas degustações de vinho, quando seus primos malescos fazem a festa.

Mas, entre tudo isso, existe uma boa notícia: há como fugir desse exército, e de inúmeras maneiras. Você pode ir a um bloco com menos de 10 mil pessoas. Ou ir numa roda de samba não-carnaburgohippie. Ou, munido de uma poderosa caixa de fósforo, simplesmente ouvir e curtir sambas na pagã paz do lar...

Amém.

Eu sou burguês, mas eu sou artista 2013 - 5

Quando um samba enredo pega fogo, os jurados dão nota 10 e todos cantam e o repetem anos a fio, seja em churrascos, blocos ou até nos finzinhos de festa de casamento.

Quando um carro alegórico pega fogo, é um furzundum féladaputa, um monte de gente grita e chora, corre pra lá e pra cá, e os juízes tiram ponto. E mais um monte de gente grita e chora.

É por isso que escola de samba tem esse nome, e não escola de carro alegórico. Porque o que fica em nossas vidas é o samba, a música, e não um espetáculo visual com uma hora e meia.

Festa para um Rei Negro, Domingo, É Hoje e Contos de Areia - entre outros - não foram feitos de isopor, tinta, plumas, papel laminado ou efeitos especiais. Por isso, foram muito além da avenida. E anos depois continuam se destacando, sem descascar ou embotar. Os verdadeiros brilhos do carnaval.

Eu sou burguês, mas eu sou sambista 2013 - 4

Baseado no critério usado pra Fernanda Abreu ser comentarista de carnaval, fica aqui uma sugestão de formação para um novo time global:

Ela, Sérgio Mallandro (gritando ié ié pra cada iá iá dos sambas enredo), Preta Gil, Suzana Vieira e Away de Petrópolis. Porque, pra não perder a essência do samba, pelo menos um deles tem que ser preto e pobre...   

11 de fevereiro de 2013

Eu sou burguês, mas eu sou sambista 2012 - 3

O genuíno, natural, coerente, orgânico, brilhante, instigante, cativante, palpitante, esfuziante, dirraiz enredo da Mangueira em 2013 não poderia começar silabamente de outro jeito... 

6 de fevereiro de 2013

Eu sou burguês, mas eu sou sambista 2013 - 2

O Brasil da Classe C está cada vez mais vivo. E se tomou conta até da novela das oito, por que não pode ir até onde os patrão se divérti? Ipanema, por exemplo, só tem gatchinha mesmo depois das seisch, quando os povo já pegou a condução pracasa.

Por isso mesmo, o carnaval não pode ficar de fora. Exemplo? O inominável bloco Me Beija Que Eu Sou Cineasta, que sai na Praça do Jóquei. Ou Baixo Gávea. Ou BG, para os íntimos. Se você é pobre com crédito, sinta-se à vontade pra ir lá. E assim, fazer até mesmo o nome do bloco mudar. Quer ver como pode ficar?

Me Beija Que Eu Sou Pedreiro.

Me Beija Que Eu Sou Manicure.

Me Beijo Que Eu Sou Técnico em Enfermagem.

Me Beija Que Eu Sou Diarista.

Me Beija Que Eu Sou Mecânico.

E muito mais....

Eu sou burguês, mas eu sou artista - 2013

A Grande Rio, a tal escola em que os globais são reis e rainhas, genuína como uma nota de três reais ou um afago de Regina Cazé em moleque remelento, não mede esforços para atrair a sua comissão de frente.

Fica aqui, inclusive, uma sugestão modernética de integração entre a pobraiada e a artistada: abrir filiais. Afinal, sua sede fica em Duque de Caxias. Porque ser Duque não é problema algum. Mas em Caxias...

E pra ficar legal e, é claro, 100% global, elas teriam nomes adaptados aos locais: Duque de Leblon, Duque de São Conrado, Duque de Jardim Botânico, Duque de Ipanema e, para os de Malhação pra cá, Duque da Barra. Perfeito pra quem é artista, mas é sambista...



3 de fevereiro de 2013

Renan Calhorda

Que feio. Não poderiam escolher nome pior. Acusado de estelionato, falsificação, fazer filho em gostosa, cuspir na rua, entre outras coisas, elle voltou a ser o terceiro na lista a assumir a presidência da república.

Mas, orgulhe-se disso, o importante é que o Rio ainda tem muito a acrescentar. Imagine um senador daqui assumindo? Sem dúvida, os inatacáveis Lindbleargh Farias, Francisco Sr. Burns Dornelles e Marcello Crivado de Joias - que votaram em Renan - certamente seriam muito melhores que elle, né????

Detalhe da foto: ninguém me tira da cabeça que o advogado corrupto aloprado de O Pagamento Final, feito brilhantemente por Sean Penn, saiu das telas e foi direto para o Congresso Nacional...

Voar, voar, despencar, despencar

O brilhante Marcelo Adnet chegou à Globo. Por mais receios que isso pudesse gerar, nunca cogitei de que ele fosse para o Zorra Total. Porém, num dia, apareceu que ele fará uma série da Fernanda Young. A que faz rir a Preta Gil, mais alguns quadrilatenses dourados da Zona Sul carioca e uns outros tantos paulistas que usam preto até em aniversário de criança.

E assim, na chegada ao topo, mais um voo é alçado. E despencado...