14 de novembro de 2013

Palavras onde faltam ideias - 15

Meritocracia – Como o universo do futebol serve de metáfora para qualquer assunto do conhecimento humano e extraterrestre... Meritocracia, no Brasil, é o Dunga ter afirmado que Zico, Falcão, Sócrates, Cerezo, Júnior, Leandro e Éder formaram uma geração de derrotados, e ele sim foi vencedor de verdade, porque o baixador de lenha em questão levantou a taça e eles não. Mesmo que um hipotético DVD "Os Grandes Lances de Dunga" não tenha material pra mais de 1 minuto e 3 segundos.

Feito com amor - Essa pérola publicitária, que também poderia ser “Feito com carinho” ou “Feito com o coração”, existe também para nos convencer de que a fábrica do produto assinado não tem funcionários protagonizando Tempos Modernos ou sendo os remadores do Ben-Hur. E sim um monte de Donas Bentas ou Gepetos trabalhando artesanalmente, cada um no seu ritmo, mais felizes que a Noviça Rebelde no dia seguinte à noite de núpcias, em que o Barão Von Trapp deu uma bela trappada nela. Mas com amor...

Harmonizar - Segundo o Mussum, mé harmoniza com tudis. Para o Lagreca, cachacinha harmoniza com torresminho. Para a saudosa Catifunda, chopps harmoniza com dois pastel. Pra lulambada, cerveja harmoniza com biscoito Torcida. Já para o Silva do Chico Anysio, pinga harmoniza com buchada de bode, que harmoniza com a mulherada, que harmonizam com o quartinho nos fundos da casa do Cherôso. Ou seja: esse típico termo do universo fresconômico, ops, gastronômico, na prática é “combinar” com toques de “afrescalhar”...

Cup Cake – É bolinho. E foda-se.

9 de novembro de 2013

Cool

Musicalmente falando, esse auê em torno das músicas de Lou Reed me fez voltar no tempo.

Quando, após um filme existencial vietnamita ou húngaro, se comentava: - O filme é chato, mas o diretor é genial...

6 de novembro de 2013

O verdadeiro valor do ser humano

Um dos maiores conflitos da humanidade é a forma como uns tratam os outros. É a diferença de valores estabelecidos entre os homens.

Com o surgimento da família e da propriedade privada, maridos/caçadores passaram a valer mais do que mulheres/donas de casa/coletoras. Essa lógica se estendeu por séculos e séculos nas relações senhores e escravos, nobres e servos, clero e fiéis, ricos e pobres. E se faz presente também entre altos e baixos, bonitos e feios, gostosas e barangas, diligentes e preguiçosos, honestos e corruptos. Uma diferença que até se inverte de acordo com a época e a sociedade, e que algumas religiões tentam resolver, com a mensagem de que todos são iguais perante Deus. O que não vale para os ateus, e aí a confusão continua.

Porém, essa falta de critério único sobre isso acabou. Agora podemos estabelecer, com facilidade e esclarecimento, uma medição absoluta sobre o real valor do ser humano, acima de renda, nacionalidade, credo, feiúra ou capacidade de fazer gols. É tudo muito simples. Senão vejamos.

O Flamengo tem a maior torcida do mundo, isso não se discute, com 39 milhões e 100 mil felizardos. A partir desse dado absoluto, que traz consigo um valor ainda mais absoluto, podemos enfim estabelecer um critério de distinção.

Por exemplo, comparemos um flamenguista e um botafoguense. Pra calcular, é só fazer a clássica regra de três e aplicá-la. Pegue o Flamengo, com 39 milhões (dou 100 mil de lambuja, é preciso ser benevolente), e coloque ao lado de 100. O Botafogo, com seus míseros 3 milhões (é isso tudo mesmo?), fica ao lado do X. É só fazer a conta e pronto. Verifica-se que um botafoguense vale 7,69% de um flamenguista. A partir daí, é só aplicar às torcidas alheias, sem maiores complicações.

Com isso, resolve-se de uma só vez uma imensidão de brigas, invejas, incoerências. E quando todos aceitarem, o alvorecer seguinte será como compôs o Poetinha, na plácida métrica da valsa: “E o mundo compreendeu, e o dia amanheceu em paz...”

5 de novembro de 2013

Palavras onde faltam ideias - 14

Sinergia - Segundo esse conceito, com dedicação, entusiasmo e talento todos podem se tornar Multi-Homens dos Impossíveis. E gritando “Vamos nós!!!!”, dez pessoas produziriam por 12, 13, 15.
 
Só que a vida não é desenho animado, e na prática ninguém tem como produzir por dois. O que ocorre é que, em condições radiantes, dez produzem por dez. E numa equipe desequilibrada, 10 produzem por 9, 8, 7 e por aí vai.
 
A tal “Sinergia”, essa palavrinha mágica, nada mais é do que uma apropriação do conceito de Coletividade pelo Mundo Vasto Mundo Corporativo, como se tivesse sido criado por ele e para ele. Só que Coletividade soa palavrão aos netos de Roberto Campos, filhos de FHC e irmãos do Rodrigo Bostantino. Porque a intenção velada é, até hoje, manter todos no século 20, quando chamavam o Coletivismo de Coletividade.
 
O Coletivismo era adorado por ditadores comunas e suas madames. É o ismo que faz o indivíduo achar normal ser menos em prol de algo maior. No caso, os privilégios dos ditadores comunas e suas madames.
 
E isso é bem diferente do que é Coletividade: o máximo desenvolvimento do indivíduo em harmonia com os outros, para que a soma de todos produza plenitude do disponível. O que pode ser usado em qualquer campo da vida, não somente em negócios.
 
Por isso, sinta-se à vontade para traduzir mentalmente toda vez que ler ou ouvir "Sinergia". Tenho convicção de que sempre é bom nos libertarmos de ideologias desviantementes mercantilistas. É lógico, sem cair na vagabundagem.

E pra encerrar, lembro que essa reflexão é tão útil e vasta, que pode ser usada até pelos solteiros em seus momentos mais nobres. Como na guerra da noite lapense, por exemplo. Apesar de tudo, o que tem de mulher alternativa que ainda cai nesses papos, não tá no Gibi...

4 de novembro de 2013

Jornalistas e publicitários

Jornalista é quem sabe nada de tudo.

Publicitário é quem sabe tudo de nada.

E quem vos fala faz a proeza de ser os dois.