Acompanhem meu raciocínio. O cara tem uma habilidade fabulosa, técnica muito acima da média, sabe chutar, cabecea, lança como poucos, bate falta muito bem, tem visão de jogo, tem força e velocidade pra encara qualquer zagueiro.
Ele disputa um campeonato onde as defesas são fracas e ainda por cima jogam em linha - festa pra qualquer atacante que saiba driblar. Por estar num time de ponta em seu país, está sempre competindo na Copa dos Campeões, com exposição mundial. E, na verdade, o Barcelona é mais que um time. É a própria seleção da Catalunha, o que garante idolatria da população local.
Quer melhor? Ele mora em Barcelona, considerada por muitos a cidade perfeita: linda, charmosa, ensolarada, litorânea, alto astral, como num sonho que todos têm do lugar ideal.
E aí, um dia ele se cansa. Sei lá, cansei. E de repente, se prepara para ir jogar num campeonato muito retrancado, com defesas fortes e bem postadas. No novo time, o Milan, o rei é Kaká, que tem comportamento fora de campo oposto ao dele. E este é um dos motivos que o fez ser ídolo por lá. As comparações serão inevitáveis.
Pra piorar, jogam na mesma posição, o que já deu problema na seleção. Porque não daria lá? Pra piorar ainda mais, a imprensa de lá é um inferno, muito mais sensacionalista que a da Espanha. Ah, Milão faz um frio do cacete na maior parte do ano. E sem uma praia na cidade.
Enquanto isso eu, que não sei jogar futebol e nem cantar sertanejo ou pagode, vou seguindo com a minha vida...
Detalhe da foto: e eu pensava que Jailton era a anta dos gramados.