6 de maio de 2008

A valise prata


Volta e meia vejo o deputado federal Eduardo Cunha passando na Rua São José, vindo da Rua da Carioca, quando saio do trabalho às sextas-feiras. Ele sempre vem cercado de seguranças que lembram, no mínimo, o Igor dos Herculóides. E, obrigatório, traz muito bem protegida uma valise prata.

Para quem não se situou, a excelência em questão é um dos mais impressionantes parlamentares do país. Por ser colado com o Picciani Jr., logo em seu primeiro mandato já conseguiu ser o presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Congresso. É ali que se analisa a constitucionalidade das propostas de MPs e leis vindas do presidente, entre outras coisas. E com Eduardo Cunha na presidência, acontece mais ou menos o contrário do que São Pedro faz: se é ruim, deixa entrar.

Por tudo isso, nem quero imaginar o que vem na valise prata. Na última vez, ele passou bem à minha frente e estava sem os seguranças. Poucas vezes vi alguém tão nervoso e bufante. Olhava para os lados sem parar. E se abraçava à valise com um fervor digno de padre carismático.

Coitado. Vai ver, estava muito preocupado em perder a doação que iria fazer às Carmelitas Descalças no dia seguinte.

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