Já vi grandes treinadores de futebol recorrerem a jogadores limitados para garantir a marcação. Telê Santana com Elzo em 86 é um grande exemplo. Elzo era limitado, mas não horrível. À época, Telê fez isso para poder ter mais segurança na defesa, mas não abandonou a qualidade, pois sempre privilegiou o toque de bola.
O primo pobre desse sobrenome - o Joel Natalino - faz isso, mas de maneira diferente. Quer dizer, pior. Ele sempre elege gnus, catástrofes sobre chuteiras, para marcar e de tabela infernizar a vida do torcedor. E qual é a explicação para isso? Como pode um cara virar treinador de time grande e fazer o que é claramente ruim? Por ser ex-jogador, por viver o mundo do futebol, até por ver televisão, ele deveria enxergar mais. Nunca consegui entender. Mas dia desses, após mais um momento de fúria com Jaílton, veio uma luz a mim. A possível explicação para isso.
Pensem comigo. Um ex-jogador limitado, se não for um poço de sabedoria, vai carregar a amargura de nunca ter sido elogiado pelo seu futebol. Ainda mais num país com tantos craques em sua história, como é o Brasil. Imagine ouvir a carreira toda "Parabéns, você se esforçou." Isso não é elogio, é comentário.
Com isso, ao virar treinador, ele vai se identificar com esses Jailtons e Maurinhos da vida. Vai se espelhar neles. Vai querer colocar esses caras pra jogar. Porque na verdade será ele, treinador que nunca recebeu elogios quando era jogador, que estará ali, sob forma de outro. Insistindo em querer, um dia quem sabe, receber elogios de um jeito ou de outro.
Joel, muitos dizem e nunca vi jogar, era um zagueiro limitado, bem mais pra beque de roça. Como treinador, já preferiu Alê a Mauro Galvão. Já elegeu Pingo, Maurinho e, atualmente, Jaílton e Toró como jogadores importantes e imprescindíveis. Se não é com essa explicação de filósofo de botequim, sei lá o que é. Pode ser Natalice mesmo.