18 de março de 2008

Esquerda - Terra de Contrastes

Há pouco tempo, era sexta-feira e eu saía para o almoço quando passei pelo Buraco do Lume. É aquela praça que fica entre o Menezes Côrtes e a Rio Branco. Pois ali, neste dia em toda semana, o PSOL presta contas à população, com discursos em cima de caixas de madeira.

Ali, pude constatar os extremos que a esquerda brasileira vive. A estrela de sempre é Chico Alencar. Muito inteligente, coerente, articulado e culto, ele conta o que rolou durante a semana no Congresso. Faz críticas muito construtivas, sempre acompanhadas de alternativas e comentários bem-humorados, elegantes e precisos. Ele possui o tom exato do que acredito ser um político que está lá para esclarecer, e não apenas se manter no poder. Tem energia e ponderação. Combate, não agride.
Podem concordar com suas idéias ou não, seja totalmente ou parcialmente, mas para mim o seu maior papel hoje é constranger e irritar, com sua sagacidade, deputados e senadores coronéis nordestinos, pseudo-advogados e afins. Isso é muito na política escrotamente sem-vergonha que o Brasil tem.

Porém, ao seu lado, estava o tal de Babá. E ele, em seguida, fez o seu discurso. Olha, esse sujeito me fez voltar no tempo. Porque um discurso igual, só vi no início da minha faculdade, quando garotos de 17, 18 anos praguejavam contra tudo e todos, com muito mais frases feitas do que conteúdo. Sem contar com a sua figura, com aquela expressão de distanciamento completo da realidade, como se estivesse delirando com a gloriosa vida nos campos chineses. Sinceramente, um cara desse espanta qualquer eleitor que passe por ali, e com toda razão. E pior: atrapalha todo o trabalho do Chico Alencar.

Mas nem tudo está perdido em relação a este fóssil albanês: não é ele quem vai concorrer à Prefeitura do Rio.

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