12 de fevereiro de 2013

Eu sou burguês, mas eu sou sambista 2013 - 6 - o nascimento de uma raça

Baseado na postagem anterior, percebi que a supervalorização da parte técnica das escolas de samba (carnavalesco, diretor de harmonia, contagem de tempo e cia) criou um novo tipo de ser humano: o gato-mestre de carnaval.

É aquele que acaba esquecendo da música e fica lá, com o perdão do trocadilho óbvio, desfilando o seu grande conhecimento sobre a esquemática e a funcionática do desfile.

Com essa nova configuração de DNA, veio um espetáculo de observações detalhadas, ares de autoridade com dobrinhas na testa, notas com vírgula oito ou vírgula sete e, é claro, elocubrações aprofundadas sobre a estética paulobarriana. Igualzinho nas olimpíadas e nas degustações de vinho, quando seus primos malescos fazem a festa.

Mas, entre tudo isso, existe uma boa notícia: há como fugir desse exército, e de inúmeras maneiras. Você pode ir a um bloco com menos de 10 mil pessoas. Ou ir numa roda de samba não-carnaburgohippie. Ou, munido de uma poderosa caixa de fósforo, simplesmente ouvir e curtir sambas na pagã paz do lar...

Amém.

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