6 de dezembro de 2011

Palavras onde faltam ideias - 7

Música competente - eufemismo usado em textos de críticos de música que não têm argumentos consistentes para poder elogiar. Por isso, há tantos músicos de pop, rap, nova MPB e eletrotechnorockalgumamerda chamados de competentes. Ou alguém teria coragem de chamar Tom Jobim e Chico Buarque de competentes? 

Foco no cliente - uma das maiores cretinices da verborragia pós-moderna, pois a pior das biroscas não sobrevive sem cliente, mesmo que seja um mendigo que gaste uma nota de três reais por semana. O que há é uma consciência maior ou menor de que é preciso agradar. Talvez, na Zona Sul do Rio, essa expressão sobreviva com tanta força graças ao Bar Lagoa, que tem fama de atender mal os clientes. E, pasmem, tem otário que continua indo. 

Trabalhar por resultados - tirando a maioria das repartições públicas ou empresas que existem para lavar dinheiro, qual é a atividade que não busca resultados? Ela pode alcançá-los com maior, menor ou nenhum sucesso. Ou seja, é mais um eufemismo para alguém dizer que está fazendo alguma coisa de útil no trabalho. Ou enrolar brilhantemente... 

Comunidade - vou fazer uma previsível referência pseudointelectualóide: favela, favela, favela, favela, favela, 5x favela. Essa pataquada surgiu com Leci Brandão nas transmissões de carnaval. Aí, a elite brasileira, filha dileta do Sinhô Leôncio, adorou. Afinal, o que pode ser mais conveniente do que o pobrinho continuar a ser pobrinho e ainda ter um nome bonitinho? 

Brunch - no Brasil, virou um lanche metido a besta. Pode ser chique ou pseudochique. Ou seja, ter sanduíche a metro ou não. 

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