6 de agosto de 2008

Aída dos Santos

Eu era aluno da UFF. Num intervalo entre as partidas das olimpíadas da universidade, um professor de educação física me apontou uma professora que estava quietinha em seu canto, marcando os dados de uma partida. Ele disse algo assim: "- Tá vendo aquela senhora ali? Ela é uma das maiores atletas da história do Brasil, só que pouquíssima gente sabe. Se fosse na Europa, ela seria homenageada sempre. E nunca se gabou disso."

Era Aída dos Santos, que tirou quarto lugar no salto em altura nas olimpíadas de Tóquio, em 1960. É, até hoje, a melhor colocação individual de uma brasileira. E a sua história daria um filme mesmo.

Quando começou, foi contra a vontade do pai, que batia nela por isso. Não preciso dizer que era muito pobre e não contava com apoio de ninguém. E mesmo mal alimentada e preparada, bateu o recorde sulamericano e garantiu sua vaga na comitiva da época. Era a única mulher.

Na hora da prova, Aída dos Santos usava sapatilhas de velocista e bota de gesso preparada por um médico cubano. Tinha almoçado chuchu com camarão e estava sozinha. Tinha dores no pé, mas mesmo assim conseguiu o quarto lugar.

Quando vejo esses atletas do basquete - logo o basquete, o segundo esporte que mais gosto de ver - cagando pras olimpíadas, dá vontade de mandá-los para a UFF e colocá-los para ter aulas com ela. Principalmente sobre a vida.

1 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Bom dia Sávio, agradecemos em nome da Aída dos Santos, as suas belas palavras sobre a determinação e garra dessa grande mulher. E aproveitamos para lhe fazer um convite, conheça mais sobre o belo projeto que Aída criou e cuida sozinha: www.institutoaidadosantos.org.br
e quem sabe você possa ajudá-la de alguma forma hein? Ficaríamos felizes.
Um abraço

Geane Torres
Diretora de Marketing
Instituto Aída dos Santos

19 de agosto de 2008 às 11:18  

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