18 de janeiro de 2010

Filmes românticos

Mesmo com o advento e alastramento do metrossexualismo e fashionismo, e a perda progressiva do significado negativo da sensibilidade masculina, ainda persiste uma constatadora verdade verdadeira: 99% das mulheres não acharia nada ruim se os homens em geral entendessem realmente de roupas ou gostassem de filmes românticos.

Quanto à primeira opção, a chance de acontecer comigo é zero, pois entender mesmo mesmo presume gostar, e shopping pra mim é caminho pra cinema ou passagem em dia de muito calor. E roupa se divide entre as quentes, frias e os uniformes do Flamengo.

Quanto à segunda opção, gostaria aqui de derrubar um mito, e até mesmo preconceito das mulheres: homem pode gostar de filmes românticos, sim. Basta seguir uma divisão que considero muito sensata, e escolher quais podemos apreciar. Acompanhe meu raciocínio: eles se dividem, basicamente, entre os bonitos, os bonitinhos e os bonitíssimos.

Os bonitos são os que têm uma boa história sem cair em meninices, e isso pode abranger desde “Doutor Jivago” a “Carne Trêmula”. Os dois, aos seus jeitos, contam inquestionáveis histórias de amor, mas alcançando o ponto certo, mesmo sendo muito românticos. Ou como se classifica a saga do ex-presidiário para conquistar sua amada depois de tantos anos, no filme de Almodóvar? E o tema de Lara, quão bela e tocante pode ser uma canção? O engraçado é que, grosso modo, no primeiro filme citado o protagonista literalmente pula a cerca, com Revolução Russa, nevasca e tudo mais. E no segundo, o herói injustiçado passa quase todo tempo transando com uma mulher que não é o seu verdadeiro amor...

Os bonitinhos, elejo “Nothing Hill” como um possível representante. Estão lá as reviravoltas bonitinhas, a trilha bonitinha e até Julia Roberts, tão bonitinha que nunca mostrou um peitinho sequer no cinema. Inclusive, veja só, no filme a sua personagem entra em crise justamente porque os exibiu no passado. E para contrabalançar tanta bonitice, e fazer os homens gostarem do filme, o esperto roteirista pôs um impagável amigo do galã, que ao final consegue pegar alguém. Feia feito o capeta, mas consegue. O que só eleva o bonitismo, pois reforça a ideia de que valemos pelo que somos por dentro.

Finalmente, os bonitíssimos. Entre eles, selecionei “P.S.: eu te amo”. Esse é tão bonitíssimo, mas tão bonitíssimo, que o galã faz uma brilhante obra de logística pós-morte para não só consolar a viúva, como reestruturá-la, ensinar a viver e até empurrar para um amigo bonitão. É o suprasssumo do que uma mulher espera de um homem - amor até na ausência - filmado da forma Ai que fofo, ai que lindo. É até um perigo assistir ao lado da ficante/namorada/patroa. Porque se você, homem, diz que não gostou, acaba passando por um insensível-neanderthal-comedor de biscoito Torcida.

Enfim, é possível sim um homem gostar de filmes românticos. É só fazer uma pré-seleção dentro dessas subdivisões claras, isentas e bem coerentes, e fazer a sua opção. E as mulheres, se lerem essa postagem de coração aberto, quem sabe um dia verão esse gênero com um olhar diferente. Talvez mais um pouquinho só mais perto do da gente...

3 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Fantástico.
Abs.
Fred.

19 de janeiro de 2010 às 23:57  
Blogger Lala disse...

palmas! Aplausos! Captou a essência. Meninas insistem em querer namorar bonecas para brincar. Homem é homem, mulher é mulher, e viado é viado. Precisa haver uma clara distinção entre essas categorias!

26 de janeiro de 2010 às 13:15  
Anonymous Kátia Viola disse...

O importante, mesmo, não é se o filme é ou não romântico e, sim, se o filme é bem realizado (desde o roteiro até o acabamento final)e que tenha algo de original, embora até previsível. Filmes que indico sem medo: Alguém Tem que Ceder, Próxima Parada: Wonderland e O Oposto do Sexo.

1 de junho de 2010 às 10:51  

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