17 de junho de 2008

Leonardo Boff

Com exceção de Zico e Leandro, por motivos óbvios, nunca fui de colocar ninguém num pedestal. Porém, um cara que deveria merecer mais destaque, se esse fosse um país sério, é Leonardo Boff.

Poucos como ele revolucionaram tanto o pensamento religioso em todo o mundo. Tornou-se conhecido mundialmente, junto com Hélder Câmara, por ter sido uma dos principais cabeças da Teologia da Libertação. Com ela, tentou-se trazer de volta a mensagem inicial do cristianismo para a Igreja Católica, que foi perdida há séculos. Que, modernamente interpretada, não é a renúncia ao mundo material. É apenas viver usando o mundo como meio, e não como fim, numa relação sem culpas ou exaltações histéricas com Deus.

Pela lógica de Leonardo Boff - pelo menos vejo assim - um carro deve ser moderno para transportar bem e proteger melhor ainda, e não para colocar o seu proprietário em algum lugar da sociedade. Ingênuo, né? Mas a poluição, a criminalidade, as angústias humanas e a desigualdade social são frutos diretos desse desequilíbrio. Uma prova dessa busca desenfreada é que alguns dos períodos de maior desenvolvimento tecnológico foram as grandes guerras e a corrida espacial.

Já ouvi críticas a ele, acusando-o de ganhar dinheiro com seus livros. Porém, ao deixar de ser frei, do que ele viveria? Esmolas na rua? O mundo mudou do tempo de Jesus para cá.

Enfim, os artigos dele são sempre bem recebidos. Entre tanta pretensão que se lê por aí, ficam muito acima da quase totalidade dos textos de auto-ajuda com linguajar espiritual.

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