5 de janeiro de 2008

Comentaristas de laptop

De novo futebol. Foda-se, depois falo de outras coisas, porque já, já esta praga estará assaltando os jogos de futebol pela tevê: os comentaristas de laptop. Essa expressão me veio em um jogo que assisti pela Bandeirantes. Silvio Luís estava narrando, quando o emperucado Mauro Betting começou a comentar com milhares de dados, a maioria inúteis para quem gosta de futebol. E quando ele terminou, Silvio Luís mandou: "- Esse foi Mauro Betting e o seu laptop!!!" Caí na gargalhada.

Antes, os comentaristas eram ex-jogadores e alguns jornalistas que simplesmente falavam, sem querer parecer grandes doutores. Era como numa roda entre amigos, mais simples e divertido. Embora fosse impossível concordar com todos, não existia a empáfia de quem se apresenta como um doutorando no assunto, baseando-se em dados estatísticos e esquemáticas de pranchetas. Existiam os marrentos, os antipáticos, os bairristas, os burros mesmo. E existem até hoje, alguns já velhinhos. Mas eles não tinham o maldito do laptop, que dá a base científica para o desfile de obviedades e imbecilidades da atualidade.
Bem, pelos dados, há dois anos o gnu do Da Silva foi o jogador que mais acertou passes no Brasileirão. E daí? Foram passes para os lados, sempre telegrafados, irritantes. Mas eram corretos. E nem por isso deixou de ser um gnu, e pior: pelo Flamengo.

Vejo o que se apresenta hoje e dá nojo de quase tudo. Os comentaristas dos canais por assinatura, os do Lance, os mais novos e a pose de todos. Enfim, na dúvida, o negócio é lembrar que futebol é diversão. E nessas horas, tiro o som da tevê e coloco na Globo AM pra ouvir o Gérson. Brincadeira.

2 Comentários:

Blogger Unknown disse...

Isso mesmo !!! Depois ficam reclamando dos treinadores professores !!!

13 de janeiro de 2008 às 19:31  
Blogger tici disse...

com certeza! comentarista de futebol pra mim é o nelson rodrigues, que no fim da vida era quase cego, se recusava a usar óculos e comentava futebol cheio de poesia e paixão. Porque futebol é o único jogo em que não se vence por estatística...

17 de janeiro de 2008 às 13:03  

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